Mãe e filho, Gal* e José*, comem o que se produz na vizinhança, exceto a cebola e o tomate, desde que pararam num hospital com falta de ar e tosse, em abril. Não era coronavírus. Eles, uma das 70 famílias da comunidade quilombola de Velame, em Morro do Chapéu, Chapada Diamantina, denunciam contaminação pelos agrotóxicos usados nas plantações que os cercam. Depois de uma fiscalização, ficou constatado um “surto” na localidade. O quilombo está na região de Jacobina, uma das principais produtoras agrícolas da Bahia, onde também foi identificado “excesso de agrotóxico”. O veneno pode chegar até aqui, em Salvador. O quintal de Gal, nome fictício, fica a menos de 500 metros das duas produtoras agrícolas vizinhas, no local desde 2015. Ela e o filho foram até o Hospital Municipal de América Dourada, cidade a 30 quilômetros de distância, naquela tarde de abril. “Passei mal e até hoje sinto”, conta Gal. No horizonte, uma “nuvem branca”, “com cheiro fort...
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