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Caso da Abin pode causar afastamento de Bolsonaro pelo STF mais rápido do que se pensa

Charge do Bira Dantas (Arquivo Google)

Inebriado pela ignorância e soberba, o presidente Jair Bolsonaro está hoje empenhado em “comprar” o apoio da Câmara e do Senado, de forma a impedir previamente a abertura de um processo de impeachment no Congresso, mas esse gigantesco esforço político acabará sendo inútil, porque tudo indica que seu afastamento do poder será determinado pelo Supremo Tribunal Federal, onde já tramitam quatro inquéritos que fatalmente determinarão a abertura de processos criminais contra o chefe do governo.

Não importa qual dos inquéritos seja concluído mais rapidamente. Tanto no caso da demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, quanto nas investigações dos atos contra a democracia e das fake news, em inquéritos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes, o presidente Bolsonaro não escapará da incriminação, tal a abundância de provas.

E agora surgiu mais uma investigação, sobre o envolvimento da Abin na blindagem da quadrilha de Flávio Bolsonaro, com relatoria de Cármen Lúcia, que vai despedaçar o que ainda resta de inteiro na Presidência da República.

DIZ A CONSTITUIÇÃO – Na embriaguez do poder, Bolsonaro ainda não percebeu que se tornou refém do Supremo, ao qual compete processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, o Presidente da República (artigo 102).

E o artigo 86, apesar da linguagem meio confusa, determina que o presidente ficará suspenso de suas funções, nas infrações penais comuns, logo que recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal (parágrafo 1º; inciso I).

Em tradução simultânea, Bolsonaro já caiu e ainda não sabe. Pensa que poderá se equilibrar no poder e tentar a reeleição, mas é ilusão à toa, lhe diria o tranquilo e genial compositor Johnny Alf.

PROVAS E MAIS PROVAS – A ministra Cármen Lúcia, ao relatar a questão movida pelo partido Solidariedade, cortou como uma lâmina o baralho do poder, ao dar 24 horas ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e ao presidente da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, para que tentem explica o envolvimento dos dois órgãos públicos na blindagem dos crimes cometidos pelo hoje senador Flávio Bolsonaro, que motivaram denúncia feita pelo Ministério Público estadual.

Não existem explicações ou justificativas para a ação de Heleno e Ramagem. A reportagem de Guilherme Amado, na Época, exibe às escâncaras o funcionamento da quadrilha que se instalou no Planalto sob a liderança de Dom Bolsonaro, tendo como consigliere um general de quatro estrelas que era tido como referência no Exército Nacional. (Carlos Newton / Tribuna da Internet).

P.S. 1 – É a ironia do destino. Tão criticado nos últimos tempos (e com justas razões, reconheça-se), agora é o Supremo que tem a missão de restabelecer a democracia, escorraçar do poder essa corja verde olivada e pedir desculpas a militares de verdade, como o general Santos Cruz, que tentaram salvar o governo e precisam ter reconhecido seu esforço.

P.S. 2 – Quanto ao vice-presidente Hamilton Mourão, já pode encomendar o terno para a posse e ir se preparando para dar uma limpeza no Planalto, substituindo o Gabinete do Ódio por um Comitê de Recuperação Nacional. E assim terá um ano e meio para colocar a casa em ordem e depois tentar a reeleição, se lhe aprouver. (C.N.)

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