A presidente Dilma Rosseff (PT) sinalizou na manhã desta quarta-feira
(5) que está disposta a bancar a redução de 20,2% da tarifa de energia. A
líder nacional atacou ainda o que chamou de "falta de sensibilidade"
dos governos tucanos. "Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o
governo federal não recuará apesar de lamentar a imensa falta de
sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso", disse
durante discurso no Encontro Nacional de Indústrias, em Brasília. "Somos
a favor da redução de custos e faremos isso". Tanto a Cemig quanto a
Cesp, companhias energética de Minas Gerais e São Paulo,
respectivamente, se recusaram a renovar a concessão de todas as suas
geradoras. Ambos os estados são governados pelo PSDB. Sem a adesão das
elétricas para atingir a meta estipulada por Dilma, a queda da conta de
luz nas residências será de aproximadamente 10%. O ataque aos tucanos
foi velado. Sem citar nomes, a mandatária brasileira disse que vai fazer
"aquilo que os outros não tiveram sensibilidade de fazer". Ela,
contudo, não explicou como vai custear sozinha a redução das tarifas de
energia. Na segunda (3), a Cesp também havia deixado três usinas de
fora. Juntas, elas representam mais de um quarto da energia que poderia
ser barateada, o que torna impossível ao governo chegar aos 20,2% de
redução na média previstos, a não ser com novas medidas. Pelos cálculos
do próprio governo, a queda agora será de 16,7%. No caso das
residências, porém, o alívio será ainda menor, por causa da necessidade
de ligar usinas térmicas, cujo custo é até cinco vezes maior que o das
hidrelétricas.
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