Em
entrevista exclusiva ao Correio, o pai de Lázaro Barbosa Sousa, 32
anos, o aposentado Edenaldo Barbosa Magalhães, 57, abriu o jogo sobre
como tem passado a última semana, desde a chacina em Ceilândia, onde
quatro pessoas da mesma família foram brutalmente assassinadas por
Lázaro.
O
homem, que é casado há quase duas décadas com a mesma mulher, é pai de
outros três filhos: de 16, 13 e 1 ano. Ele leva uma vida simples no
município goiano de Girassol (GO) e é aposentado por invalidez, após um
acidente cardiovascular (AVC) e dois infartos.
Edenaldo
contou que se casou com a mãe de Lázaro, Eva Maria Sousa, quando tinha
apenas 17 anos, no município de Barra do Mendes (BA). O relacionamento
dos dois foi conturbado, marcado por brigas, agressões e acusações de
traição de ambas as partes. Quando o casal se separou, Lázaro Barbosa e o
irmão mais novo, Deusdete, ainda eram crianças. A mulher, então,
segundo o aposentado, se envolveu com um criminoso.
"Ela
arrumou uma pessoa do mal, um homem mala que roubava", disse. De acordo
com Edenaldo, esse seria o motivo para que os dois filhos seguissem o
caminho do crime. O irmão mais novo de Lázaro morreu há cinco anos
durante um acerto de contas em Goiás. Ele também teria se envolvido em
roubos e homicídios.
Depois
da separação do casal, Edenaldo afirmou que não teve mais convivência
com os filhos e que contribuía apenas financeiramente para a criação dos
meninos. "Aqui, eles chegaram para fazer esse tipo de barbaridade.
Foram criados longe de mim. A mãe, que Deus me perdoe, mas eu acho ela
culpada de tudo. Deus me deu outra família, uma família do bem", diz.
Morando
no Entorno do Distrito Federal há mais de 20 anos, o aposentado só
reencontrou o filho há seis anos, durante uma visita. "Só me visitou e
foi embora. Foi quando ele teve uma fuga aí. E eu com o coração na mão,
doente. Só não morri ainda porque acho que Deus não quis", disse o
homem, que se declara evangélico. " O demônio se apoderou dele",
acredita.
Ele
chama o filho de monstro e diz ter vergonha da repercussão dos fatos.
"Esse monstro, eu registrei, mas quando as pessoas falam 'o seu filho',
aquilo me estremece todo. Não dá vontade nem de ficar mais na Terra. Eu
estou arrasado. Se eu vê-lo por aí, eu nem conheço mais", lamenta.
Sobre
a chacina de Ceilândia, onde quatro pessoas foram brutalmente
assassinadas por Lázaro, o aposentado se diz arrasado e chocado com a
violência do próprio filho. "O que mais me dói é o desespero que aquela
família sentiu e o que ele fez com aquela pobre mulher. Isso não é
gente. Isso é um monstro da pior espécie", disse.
Na
vizinhança, o aposentado é descrito como um homem calmo, discreto e
religioso. Agora, ele clama por justiça. "Eu não quero ele solto jamais.
Porque estou com medo dele fazer mal a mim e a minha família. Olha só o
que ele tá fazendo com todo mundo", revolta-se.
A
mãe de Lázaro Barbosa, Eva Maria de Sousa, segundo os vizinhos, se
mudou do Girassol um pouco antes da chacina de Ceilândia. O motivo teria
sido o envolvimento do filho com o crime. Ao Correio, comerciantes e
moradores contaram que Lázaro assassinou um caseiro de uma chácara
próxima e, após o fato, teria sido jurado de morte na região por donos
de chácaras, que ofereceram até um prêmio para quem conseguisse matar o
criminoso.
Fonte: Correio Braziliense
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