Camaçari, na região metropolitana de Salvador, completam, nesta
terça-feira (3), 46 dias de greve. A Justiça determinou que os docentes
voltem às salas de aula, mas o sindicato da categoria afirmou que vai
recorrer da decisão. Mais de 40 mil estudantes estão sem aulas nas 106
escolas da cidade, que estão fechadas por conta da paralisação,
decretada no dia 18 de março. A greve teve adesão de todos os
professores e foi considerada abusiva pela Justiça. O Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou que 70% dos trabalhadores retornem
às atividades. O diretor de cultura do sindicato da categoria, Josemiran
Marques, diz que a entidade aguarda notificação do TJ-BA. "A liminar
determina. A gente não tem como decidir uma ordem judicial. É obvio que
cabe recurso e o sindicato da categoria vai entrar com recurso para
derrubar a liminar", garante. Os professores pedem reforma das escolas,
ajuste da distribuição da merenda, contratação de funcionários e
segurança, plano de carreira e reajuste de 11,36%. Já a prefeitura de
Camaçari ofereceu de 10,67% em duas prestações, no mês de maio e
outubro. O secretário de Fazenda do município, Camilo Pinto, diz que a
administração não tem condições de aumentar a oferta. "O município
chegou onde podia. A gente fez a proposta que a gente pode honrar",
afirma. Os pais de alunos esperam a resolução do impasse para que os
estudantes possam retornar às aulas. O pedreiro Gerson Castro diz que
seus três enteados não frequentam escola há um mês e meio. “Quando eu
tinha condições, botei em uma banca um mês, mas com a crise não tive
mais dinheiro e teve que parar a banca”, conta. (G1/Bahia)
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