Pesquisa online foi feita com 3,1 mil adolescentes de 15 a 17 anos / Marcello Casal Jr/Agência Brasil Agência Brasil |
Nove
em cada dez adolescentes acreditam que o voto tem poder para
transformar a realidade. Além disso, dois em cada três disseram que
pretendem votar nas eleições deste ano, segundo pesquisa divulgada hoje
(19) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O prazo para
que adolescentes tirem o título de eleitor e votem nas eleições deste
ano termina no dia 4 de maio.
No
Brasil, o voto é obrigatório a partir dos 18 anos de idade, mas
adolescentes de 16 e 17 anos e aqueles de 15 anos que completam 16 anos
até o dia 2 de outubro – data do primeiro turno das eleições de 2022 –
também podem tirar o título de eleitor e participar do processo
eleitoral.
Para
entender melhor esse público, o Unicef e a organização da sociedade
civil Viração Educomunicação realizaram uma pesquisa online com 3,1 mil
adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país. Nela, 64%
afirmam que vão votar este ano, 21% ainda não sabem dizer e 15% disseram
que não vão comparecer às urnas. Quando perguntados sobre a importância
dessa participação, nove em cada dez adolescentes afirmam que o voto
tem poder para transformar a realidade.
Entre
os que disseram que não vão votar neste ano, apenas 10% afirmam que, de
fato, não querem votar. Outros 17% disseram que não conseguirão tirar o
título de eleitor a tempo e 69% afirmaram não ter idade suficiente.
Entre quem disse não ter idade suficiente, havia adolescentes de 15 que
não completarão 16 anos até outubro, mas também alguns de 16 e 17 anos,
que poderiam votar, mas não tinham essa informação.
Quando
perguntados sobre o que pensam a respeito de outros adolescentes e
jovens que não tiraram o título, os entrevistados colocam algumas
hipóteses. Para 25% dos adolescentes que participaram da consulta
pública, o desinteresse pela política institucional é o principal motivo
pelo qual tantos jovens ainda não tiraram o título de eleitor. Para
20%, o principal motivo é o pouco conhecimento sobre política e outros
20% acreditam que é por não considerarem que votar seja algo importante.
Além
disso, 15% acreditam que a baixa porcentagem de adolescentes aptos a
votar se deve ao fato de não se sentirem representados pelos possíveis
candidatos e candidatas, 13% por não saberem que podem votar e como
tirar título e outros 7% alegaram outros motivos.
A
enquete foi realizada virtualmente pelo WhatsApp, Telegram e Facebook
Messenger, por meio de um chatbot. A pesquisa faz parte do U-Report
Brasil, projeto que conta com mais de 140 mil adolescentes e jovens
inscritos. Segundo o Unicef, não se trata de pesquisa com rigor
metodológico, mas de consultas rápidas por meio de redes sociais de
adolescentes e jovens que se cadastraram na plataforma.
Adolescentes sem título
Em
fevereiro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou o
menor número de adolescentes com título de eleitor desde a conquista do
direito ao voto para essa faixa etária na Constituição de 1988: pouco
mais de 13% estavam aptos para votar nas eleições deste ano naquele
momento.
Foram
feitas campanhas de conscientização e esse número aumentou. De acordo
com as estatísticas oficias, até janeiro deste ano, o TSE registrava, no
total, pouco mais de 730 mil títulos emitidos para jovens de 15 a 17
anos de idade, cujo voto é facultativo. Em março, esse número subiu para
1,050 milhão - ainda abaixo do registrado em 2018 quando 1,4 milhão de
jovens entre 15 e 17 anos tinham o título.
Como tirar o título
O
prazo para tirar o título de eleitor pela primeira vez termina no dia 4
de maio. O processo é feito pela página do TSE, no sistema TítuloNet.
É
preciso informar a Unidade Federativa (UF) em que reside, enviar uma
foto (selfie) segurando um documento de identificação e uma foto do
comprovante de residência atualizado. Aqueles que completam 19 anos este
ano e forem do gênero masculino precisarão enviar também o certificado
de quitação com o serviço militar.
Os dados informados serão analisados pela Justiça Eleitoral, e o requerimento poderá ser acompanhado online.
Fonte: BNews
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