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Sem sombra: O problema da esquerda no Brasil é que Lula não aceita a existência de outro líder

Embora os partidos do Centrão tenham participado dos governos do PT – uma participação exótica, sedimentada muito mais pelo fisiologismo do que pela capacidade de programar o governo e fazer projetos –, a aliança com Geraldo Alckmin é a mais lógica. Um acordo entre Ciro Gomes e PC do B – que estão conversando – dificilmente acontecerá, pois, da cadeia, Lula vai fazer força contra.
O que ele menos quer é fortalecer alguma liderança da esquerda e não vai deixar acontecer nenhuma coligação muito forte. Pois, caso Ciro vença a eleição, passará a ser o grande líder da esquerda no Brasil, relegando Lula a um segundo plano. Seria lógico que o PSB, que não tem candidato, apoiasse Ciro, mas não deve haver nada formal, embora a maioria do partido possa ficar com ele.
RAPIDEZ E RIGOR – A decisão de Raquel Dodge, na qualidade de procuradora-geral eleitoral, de divulgar instrução normativa orientando todos os procuradores a ingressarem com ações para impugnar candidaturas de políticos condenados em segunda instância, conforme prevê a Lei da Ficha Limpa, é mais uma sinalização da Justiça de que não permitirá que a insegurança jurídica embaralhe o resultado das eleições de outubro.
Mesmo que tenha ressaltado que a legislação admite candidaturas “sub judice”, quando ainda há possibilidades de recursos, a decisão, acrescentada da advertência do atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro do STF Luiz Fux, de que a Justiça Eleitoral será rigorosa contra os candidatos ficha-suja, indica que a tentativa do PT de tentar ganhar tempo através de recursos protelatórios para conseguir colocar o nome de Lula na urna eletrônica tem tudo para dar errado. (Merval Pereira / Tribuna da Internet).

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