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Médium João de Deus se entrega à polícia numa estrada vicinal próxima de Abadiânia, em Goiás

O médium João de Deus se entregou à polícia pouco depois das 16h, neste domingo (16/12), informou o advogado do religioso, Alberto Toron. A apresentação às autoridades ocorreu em uma estrada perto de Abadiânia, cidade goiana onde João de Deus atendia no centro religioso Casa Dom Inácio de Loyola. Ele chegou à Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), em Goiânia, pouco antes das 18h.
Um dos responsáveis pela rendição, o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, disse que João de Deus não apresentou resistência e que a prisão é preventiva, ou seja, sem prazo para terminar.
O delegado ainda disse ao Estado de S. Paulo, que o interrogatório será “longo e detalhado”. Em virtude da idade – 76 anos – e dos crimes pelos quais é acusado, a expectativa é que o médium seja lotado em uma cela individual.
No sábado, investigadores revelaram que João de Deus retirou R$ 35 milhões de contas bancárias na última quarta-feira (12).
O líder religioso era considerado foragido desde o sábado (15), quando a polícia fez buscas por João de Deus em mais de 30 endereços apontados pela investigação. Ele teve a prisão decretada na sexta-feira (14).
Para pedir a prisão de João de Deus, o Ministério Público justificou que, caso permanecesse solto, o médium poderia ameaçar mulheres que denunciaram os abusos ou, ainda, fazer novas vítimas.
João de Deus é acusado pelos crimes de assédio sexual e estupro por mais de 300 mulheres, do Brasil e do exterior. Ao menos 30 vítimas foram ouvidas pelos procuradores que atuam no caso.
Abadiânia 
Apesar de toda a polêmica envolvendo João de Deus, a Casa Dom Inácio de Loyola ficou aberta até o horário do almoço e encerrou as atividades em seguida. Durante a manhã, aproximadamente dez pessoas continuaram no local, a maioria estrangeiros, vestidos de branco. Enquanto alguns faziam orações, outros meditavam.
Quem circula pela cidade encontra poucos pontos de comércio abertos. Em condição de anonimato, algumas pessoas arriscam opinar sobre o assunto. Dizem, por exemplo, que o médium não era “flor que se cheire”. Além disso, costumam mostrar preocupação sobre como a prisão dele deve afetar a economia do município. (Com informações do Correio Braziliense e das Agências Estado e Brasil/ Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press) .

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