A
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Feira de
Santana vai investigar a morte da psicóloga Andressa Martins Silva como
um caso de feminicídio. A profissional de saúde, que atuava no Hospital
da Mulher, morreu neste domingo (27), no Hospital Geral Clériston
Andrade (HGCA), vítima de atropelamento pelo ex-companheiro após uma
discussão.
O
caso ocorreu no dia 19 de fevereiro deste ano e, inicialmente, foi
divulgado como um acidente. No entanto, de acordo com a delegada da
Deam, Clécia Vasconcelos, o serviço social do hospital comunicou à
delegacia que Andressa discutiu com o ex-companheiro no dia do fato, ele
então teria entrado no veículo e arrastado, enquanto ela ainda estava
parada na porta do carro.
“É
necessário destacar que os crimes de homicídios são investigados pela
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e não pela Deam.
Porém, esse caso está sendo investigado pela Deam, porque a notícia
deste fato criminoso nos chegou através do serviço social do HGCA, nos
noticiando de que uma jovem teria discutido com o companheiro, ele teria
adentrado ao veículo, ela teria ficado na porta e ele arrastou. Assim
sendo, naquele momento, a ocorrência que nós tínhamos não era de
homicídio, poderia ser de tentativa de homicídio ou lesão corporal
grave. Infelizmente, Andressa faleceu e estamos dando uma nova condução a
este caso. Não foi somente uma lesão corporal ou dolosa, já intimamos
as testemunhas. Inicialmente, emitimos uma guia achando que ela tinha
condição de fazer exame de corpo delito, e as investigações prosseguem.
Eu vou tratar o caso como feminicídio. O registro que temos é essa
comunicação do fato, e agora os familiares vão prestar declarações
aqui”, informou a delegada.
Ela ressaltou que as investigações vão se intensificar a partir de agora, e o principal suspeito do crime será interrogado.
“De
início pensamos nas medidas para manter a integridade e a segurança
dessa mulher. Esse caso está sendo conduzido pela delegada Erundina e
estou dando o suporte. Pelo protocolo do Ministério da Justiça, toda
morte de mulher, principalmente no ambiente doméstico, num ambiente de
relação íntima, sendo o autor das relações dela, ele deve ser tratado
como feminicídio. Mais uma mulher morre vítima, nas mãos de um homem que
um dia ela se relacionou. Isso nos alerta, nos chama a atenção, porque o
número de feminicídios tem aumentado sim”, lamentou Clécia Vasconcelos.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade |
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