Juiza manda soltar trio acusado de matar e arrancar cabeça de mulher no Ceará. Magistrada alegou que trio não oferece risco à ordem pública

O
trio foi denunciado por matar e arrancar a cabeça de uma vítima no
bairro Pirambu. O corpo decapitado de Aurileide Gonçalves da Silva, a
'Neide' foi desovado na praia da Vila do Mar.
A
reportagem teve acesso a documentos da ação penal. Conforme a decisão
pela soltura dos réus, a instrução processual do crime ocorrido em 2022
ainda não foi concluída "em razão da insistência na oitiva de testemunha
de acusação". Os acusados foram presos em diferentes datas do ano
passado. As defesas deles não foram localizadas pela reportagem.
O
Juízo da 2ª Vara do Júri considerou que "em relação ao risco à ordem
pública, em que pese a gravidade dos crimes imputados, não há, neste
momento, elementos contemporâneos que demonstrem que eventual liberdade
dos acusados causaria risco à ordem pública".
"Também
não há elementos que justifiquem a necessidade de manutenção da
custódia cautelar para garantia de aplicação da lei penal ou para
conveniência da instrução, uma vez que os acusados já ficaram intimados
da data para prosseguimento da instrução"
Os
alvarás de soltura já foram cumpridos. Agora, além de passarem a ser
monitorados por tornozeleira, os denunciados devem comparecer
mensalmente na sede da Central de Alternativas Penais e estão proibidos
de frequentar locais públicos em que há ingestão de bebida alcoólicas ou
de substâncias entorpecentes.
Outra
exigência da Justiça para a soltura é que eles também não devem se
ausentar da Comarca de Fortaleza, por mais de oito dias, sem informar o
local onde poderão ser encontrados.
GESTOS DE FACÇÃO CRIMINOSA RIVAL
Quatro
pessoas foram denunciadas pela morte de Neide. O quarto acusado era
Francisco Claudiano de Oliveira Nunes, "morador de rua que foi ordenado
por Francisca Glaucimara a levar o corpo em uma carroça e desovar na
Praia Vila do Mar no bairro Pirambu, onde foi localizado", segundo o
Ministério Público do Ceará (MPCE).
Conforme
a investigação, no dia 26 de novembro de 2022, no bairro Jacarecanga,
Glaucimara, Jadeline e Yuri agiram juntos para o assassinato.
A
vítima foi atraída ao "cheiro do queijo" por Glaucimara. Ao chegar em
um beco, os acusados tiveram acesso ao celular de Neide "onde
encontraram fotografias da irmã e da sobrinha de Aurileide fazendo
gestos que entenderam ser uma alusão à facção criminosa Guardiões do
Estado- GDE, organização rival do Comando Vermelho, dominante da área do
local do crime. Diante do fato, a vítima teve sua morte decretada".
O
MP apontou que a motivação do crime foi pelo fato da filha da vítima
morar em área dominada por facção rival e, supostamente, repassar
informações do Comando Vermelho para a GDE.
Sendo assim, o trio teria cometido homicídio por motivo torpe, "eis que consubstanciado na rivalidade entre facções criminosas.
Fonte Diario do Nordeste
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