A dona de casa Fabiana Amaral Macenas, de 32
anos, não consegue segurar as lágrimas quando se lembra do que viveu no
último dia 11 dentro do Shopping Recreio, na Zona Oeste do Rio. A mulher
estava com o filho, de um ano e quatro meses, quando foi abordada por
um policial militar fardado. O PM havia recebido a denúncia de uma
dentista que trabalha no estabelecimento comercial. De acordo com
informações passadas ao telefone 190, Fabiana estava em atitude suspeita
e poderia ter sequestrado a criança. A dona de casa, no entanto, apenas
esperava o marido acabar de pintar uma loja. "Cheguei no shopping às
10h30. Por volta de 16h, o policial chegou e perguntou se a criança era
minha, se eu tinha documentação para provar. Foi muito humilhante e
constrangedor. O policial me tratou como se eu fosse um lixo, só porque
meu filho não é parecido comigo", lembra. Após explicar que tinha a
certidão de nascimento em casa, Fabiana seguiu até a loja onde o marido
prestava serviço. "Comecei a chorar e o policial foi atrás de mim. Todo
mundo parou para ver. Foi preconceito, discriminação. Só por que eu não
estava bem vestida?", desabafa. Enquanto aguardava o marido, a mulher
circulou pelo estabelecimento, comprou biscoito num mercado e até
amamentou a criança. Marido de Fabiana, Genivaldo Novaes de Freitas, de
32 anos, ficou revoltado com a situação. "Tenho vergonha de viver no
Brasil. Minha esposa foi abordada como se fosse bandida. Meu filho é
saudável, estava bem. Todo mundo ficou horrorizado", contou. Após
preencher um boletim de ocorrência, o cabo Alexander Pereira Alves, do
Batalhão do Recreio, liberou o casal. No documento, o policial afirmou
que havia sido acionado para "verificar a presença de uma senhora com
uma criança o dia inteiro no mesmo local". O caso foi registrado no
Serviço de Atendimento ao Cliente do shopping. Fabiana contou que
recebeu um telefone da direção do centro comercial com pedido de
desculpas. (G1)
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