O
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou os atuais livros
didáticos de lixo e disse que seu governo deve modificar o material
distribuído nas escolas a partir de 2021 para “suavizar o conteúdo”.
“A questão
de livros, botei uma matéria ontem, já começa a mudar alguma coisa. Mas
tem livros que eu vou ser obrigado a distribuir esse ano ainda
levando-se em conta sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a
lei. A partir de 2021, todos os livros serão nossos, feitos por nós. Os
pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa. Vai ter lá o
hino nacional. Os livros hoje em dia, como regra, são um montão de
amontoado de muita coisa escrita. Tem que suavizar aquilo. Falar em
suavizar, estudei na cartilha ‘Caminho Suave’, você nunca esquece. Não
esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire”,
disse Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada.
O presidente falou sobre educação espontaneamente, enquanto jornalistas faziam perguntas sobre outros assuntos.
Ele
aproveitou a presença de apoiadores na porta da residência oficial da
Presidência da República para tratar um tema que lhe é caro.
“Devemos
buscar cada vez mais facilitar a vida de quem produz, fazer com que essa
garotada aqui tenha um ensino que vá ser útil lá na frente. Não ficar
nessa historinha de ideologia. Esse moleque é macho, pô. Estou vendo
aqui, o moleque é macho, pô. E os idiotas achando que ele vai definir o
sexo quando tiver 12 anos de idade. Sai para lá”, disse, apontando para
um garotinho de cerca de 6 anos que estava no colo do pai.
Desde que
era deputado federal, Bolsonaro dirige críticas ao sistema educacional
brasileiro e culpa a esquerda pelos índices de educação insatisfatórios
do país.
Sem
apresentar provas, o presidente costuma dizer que as escolas formam
militantes em vez de apresentar conteúdos para os estudantes.
Bolsonaro é
grande crítico do pensador brasileiro Paulo Freire, que tem como sua
principal obra a “Pedagogia do Oprimido”, a mais citada no meio
acadêmico em ciências sociais.
Freire foi
secretário municipal de Educação em São Paulo na gestão de Luiza
Erundina. Ele chegou ao cargo em 1989, aos 67 anos, já consagrado no
exterior.
Entre suas
realizações como secretário estão melhora no índice de aprovação,
implantação de conselhos de escola, ampliação da educação de adultos e
desenvolvimento de projetos inovadores de informática e de orientação
sexual. Por outro lado, teve dificuldades com burocracia, orçamento e
companheiros de seu partido, o PT. (POR FOLHAPRESS)
Comentários
Postar um comentário