O Ministério
da Saúde confirmou oficialmente o primeiro caso de doença por
coronavírus Sars-CoV-2 no Brasil. Um homem de 61 anos, que esteve na
Itália entre 9 e 21 de fevereiro, teve o caso confirmado em São Paulo.
O
Brasil passou a ser o primeiro país da América Latina com um caso
confirmado do novo vírus que já matou 2.708 pessoas no mundo. O ministro
da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o governo vai analisar
agora o comportamento da doença em um país como o Brasil.
“Agora é que nós vamos ver como o vírus vai se comportar em um país tropical, em pleno verão“, disse ele em entrevista à imprensa na manhã desta quarta-feira (26). “Aumenta nossa vigilância e os preparativos para atendimento.”
Mandetta disse ainda que não há possibilidade de fechar fronteiras em um mundo globalizado. “É uma gripe, mais uma gripe que vamos atravessar. E sua transmissão é similar à de gripes que a humanidade já superou“, disse Mandetta. “Com certeza vamos passar por essa situação investindo em pesquisa, ciência e clareza de informações.”
Ele
afirmou ainda que a gripe causada pelo vírus H1N1 era mais grave e
também acometia jovens e gestantes -o novo coronavírus tem atingido mais
idosos.
O Brasil tem 20 casos suspeitos: 11 em São Paulo e o restante na Paraíba, em Pernambuco, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.
Em todos os casos, os pacientes chegaram da Itália nos últimos dias. No
Espírito Santo, o paciente procurou atendimento numa UPA (Unidade de
Pronto Atendimento) de Carapina, na noite desta terça (25). Além de um
caso confirmado, houve 59 casos descartados.
O
secretário de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann Ferreira, disse
que vai aumentar o número de pessoas suspeitas, uma vez que há outros
países com confirmação da doença, como Suíça e Argélia.
O
homem que teve o caso confirmado em São Paulo procurou o Hospital
Israelita Albert Einstein na segunda-feira (24). Uma amostra do paciente
foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, que confirmou a infecção. “Ele chegou sem sintomas, fez uma reunião familiar no domingo e na segunda procurou a unidade de saúde“, disse Mandetta.
O
período em que ele esteve na Itália a trabalho (de 9 a 21 de fevereiro)
coincide com a explosão de casos no país europeu, quando mais de 220
pessoas foram infectadas.
A
OMS (Organização Mundial de Saúde) catalogou o período de incubação em
torno de 14 dias. Parte dos estudos monitorados, segundo o Ministério da
Saúde, estão em torno de 9 a 10 dias.
Até
esta quarta, foram confirmados no mundo todo mais de 80 mil casos da
infecção pelo Covid-19, nome dado pela OMS (Organização Mundial de
Saúde) ao vírus surgido em Wuhan, na China, e 2.708 mortes em
decorrência da doença.
Na
Itália, foram registrados 320 casos e 11 mortes até esta quarta. O
aumento no número de pessoas infectadas pode ter relação com falhas de
procedimento em um hospital na região de Milão, onde foi internado um
paciente considerado “número um”, segundo informou o primeiro-ministro
italiano, Giuseppe Conte.
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