Um estudo divulgado nesta terça-feira (28) pela Universidade de
Tecnologia e Design de Singapura prevê que o fim da pandemia do novo coronavírus no
Brasil deve ocorrer entre junho e agosto deste ano. De acordo com os
dados, 97% da pandemia terminará no dia 1 de junho no país, e 100% da
situação estaria normalizada em 23 de agosto.
Por Exame/Foto: reprodução
Porém, apesar de a análise ter sido
feita com base em dados oficiais, o estudo pode não refletir a
realidade. Isso porque, no Brasil, a explosão de mortes por doenças
respiratórias e de óbitos registrados em cartórios indicam uma forte
subnotificação de casos de covid-19.
O país atingiu nesta terça-feira, 28, a
marca de 5.017 óbitos pelo novo coronavírus e, com esse resultado,
entrou para a lista dos dez países que mais registram vítimas da doença.
Porém, os dados mostram que, com os mais
de 2,5 mil casos potencialmente não notificados, o Brasil pode ser o
sexto país com mais mortos — atrás apenas de Estados Unidos, Itália,
Espanha, França e Reino Unido. Segundo o levantamento da universidade, o
pico da doença no Brasil foi atingido em torno do dia 20 de abril.
De acordo com a análise da Universidade,
no cenário global, 97% da pandemia deve chegar ao fim em 30 de maio, e
em 1 de dezembro deste ano, a situação estaria totalmente controlada.
No mundo, já são contabilizados mais de
3,1 milhões de casos de infectados e mais de 216 mil mortes pela
covid-19. Os dados são de levantamento em tempo real realizado pela
Universidade Johns Hopinks.
Nos Estados Unidos, o país com o maior
número de casos de infecção — mais de 1 milhão –, o fim da pandemia está
previsto no dia 9 de setembro. De acordo com os dados, o coronavírus já
atingiu o pico da disseminação no país.
Já na China, local que foi o epicentro
da doença, a pandemia acabou no dia 8 deste mês. O país asiático já tem
os números de contágio estabilizados em 84 mil casos há cerca de um mês.
Na Europa, uma das regiões mais afetadas
do país, o fim do coronavírus é previsto para agosto. Dia 31, na
Itália; 2, na Espanha; 9, na França e 6, na Alemanha
Como parte da metodologia, o estudo teve
como base o modelo epidemiológico SIR, usado no estudo de epidemias, e
que considera indivíduos sensíveis (S), infectados (I) e removidos (R).
Os considerados sensíveis são as pessoas não infectadas pelo vírus, ou
suscetíveis a ele.
Já os infectados são aqueles que foram
contaminados e são capazes de transmitir a doença. Por último, os
removidos são as pessoas que não têm mais o vírus, seja por imunização
ou porque foram a óbito. Uma das principais críticas ao modelo SIR para
avaliação das pandemias é exatamente a subnotificação de casos.
Os próprios pesquisadores que realizaram
o estudo alertaram que as datas devem ser consideradas com ressalvas,
porque há diversas variáveis não previstas na pesquisa e que podem
influenciar no tempo de duração da pandemia.
Essas variáveis são fatores como
questões demográficas de cada país, a possibilidade de a mesma pessoa
ser infectada mais de uma vez pela doença e a taxa de adesão da
população às medidas de combate ao coronavírus, como o isolamento social
e a quarentena.
Por Exame/Foto: reprodução
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