A China determinou nesta terça-feira
(28) o confinamento de centenas de milhares de cidadãos para conter um
foco de coronavírus, ínfimo na comparação com os números recordes de
contágios registrados em países europeus e algumas regiões dos Estados
Unidos.
A pandemia voltou a acelerar no mundo,
com vários países tentando encontrar o equilíbrio entre minimizar os
danos econômicos por novas restrições e controlar a propagação do vírus.
Mesmo com um número de casos muito
inferior ao das potências ocidentais, a China ordenou que centenas de
milhares de moradores da cidade de Yan’an (norte) devem permanecer em
casa, depois que mais de 200 casos foram registrados em todo o país, um
recorde desde março de 2020.
Desde a contenção da primeira onda de
coronavírus, que foi detectado no fim de 2019 em Wuhan, a China aplica
uma estratégia de erradicação do vírus, que inclui o fechamento das
fronteiras e restrições severas para cortar a propagação diante de
qualquer foco.
Os moradores de Yan’an se unem aos 13 milhões de habitantes da cidade próxima de Xi’an, que estão em confinamento há seis dias.
As restrições impostas em Xi’an (os
residentes estão proibidos de dirigir seus carros e apenas uma pessoa de
cada casa pode sair a cada três dias para comprar alimentos) provocaram
muitas ligações para os serviços sociais com pedidos de comida e outros
produtos básicos.
“Estou prestes a morrer de fome”,
escreveu uma pessoa na rede social Weibo. “Não há comida, na minha área
residencial não me deixam sair e estou quase sem sopas instantâneas, por
favor ajudem”, completou.
Caos no setor aéreo
O aumento de casos em vários países
foi provocado pela variante ômicron, mais transmissível, e voltou a
prejudicar setores já abalados, como as viagens.
Quase 11.500 voos foram cancelados no
mundo desde sexta-feira e dezenas de milhares sofreram atrasos em um dos
períodos mais movimentados do ano. Muitas companhias aéreas afirmaram
que vários funcionários testaram positivos para covid-19.
No México, as autoridades do estado
Jalisco (oeste) impediram na segunda-feira o desembarque de um cruzeiro
turístico em Puerto Vallarta, após vários casos de covid entre membros
da tripulação, o segundo caso similar em quatro dias neste popular
destino turístico.
O navio zarpou dos Estados Unidos,
onde a variante ômicron, as regiões com taxas de vacinação abaixo do
esperado e a falta de acesso rápido e fácil aos testes de diagnóstico
estão provocando um forte aumento dos casos.
Embora os contágios diários se
aproximem do recorde de 250.000 registrado em janeiro, o presidente Joe
Biden disse que o aumento de casos não terá o mesmo impacto que o
provocado pela variante delta há alguns meses.
“A ômicron é uma fonte de preocupação, mas não deveria ser uma fonte de pânico”, declarou.
Em uma tentativa de evitar a escassez
de mão de obra, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos
Estados Unidos reduziram o período de isolamento para casos
assintomáticos de 10 para cinco dias.
Novas medidas
A pandemia de covid-19 provocou mais
de 5,4 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, segundo um
balanço da AFP com base em fontes oficiais, mas a Organização Mundial da
Saúde (OMS) acredita que o número real pode ser entre duas e três vezes
superior.
Muitos governos tentam acelerar a
vacinação com as doses de reforço e alertam que a maioria das
hospitalizações e mortes acontece entre pessoas não vacinadas.
Alguns países retomaram medidas restritivas impopulares, prejudiciais para a economia.
A cidade equatoriana de Guayaquil
restringiu o funcionamento de bares e casas noturnas, proibiu festas de
fim de ano e reduziu a capacidade em centros comerciais, após o aumento
de casos de transmissão comunitária da ômicron.
A Alemanha implementará novas
restrições nesta terça-feira, incluindo a limitação das reuniões a 10
pessoas entre vacinados e a apenas duas entre não vacinados, o
fechamento de casas noturnas e eventos esportivos sem a presença de
torcedores.
Com os números recordes de contágio, a
França solicitou às empresas que adotem o teletrabalho obrigatório em
três dias da semana durante pelo menos três semanas.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro
Jean Castex anunciou que no final da semana deve reduzir os períodos de
quarentena e isolamento para pessoas infectadas e seus contatos.
A nova onda de covid também afeta o
calendário esportivo. Na Premier League inglesa, 103 jogadores e
integrantes de comissões técnicas testaram positivo na última semana e
15 partidas foram adiadas em dezembro.
Por:Diario de Pernambuco
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