ESTADÃO CONTEÚDO |
A
informação foi revelada pelo portal de notícias UOL, que mostra que
quase metade dos imóveis do clã Bolsonaro foi adquirido com dinheiro em
espécie nas últimas três décadas. O de José Orestes é o mais caro deles.
No
passado, o terreno abrigava a casa de visitantes da Bunge
Fertilizantes, empresa pioneira na exploração de minério de fosfato.
Luxuoso, o imóvel recebia executivos da multinacional. Antes de ser
comprada pelo cunhado do presidente, a área era responsabilidade da
Vale.
Além
de uma série de reformas na construção original, os novos moradores
construíram uma segunda casa. Nela, há quadras esportivas, área de lazer
e um clube de tiro particular. Criado em 2020 por Orestes, em sociedade
com os dois filhos, o clube ainda não consta entre os registrados pelo
Exército.
De
acordo com o portal UOL José Orestes não foi localizado para falar
sobre a compra. Segundo um dos filhos dele, citado pela reportagem, a
família não iria se manifestaria. O presidente Jair Bolsonaro também não
respondeu aos questionamentos do portal de notícias.
Dinheiro vivo
Conforme
o levantamento do UOL, desde os anos 1990, irmãos e filhos de Bolsonaro
negociaram 107 imóveis. Do total, ao menos 51 foram comprados total ou
parcialmente com uso de dinheiro vivo. As compras somam R$ 13,5 milhões.
A
reportagem indica que desde que chegou à política, na década de 90, o
patrimônio de Bolsonaro se multiplicou em seus diferentes núcleos
familiares. Até 1999, a família adquiriu 12 imóveis. Entre vendas e
novas aquisições, neste ano, o clã segue proprietário de 56 dos 107
imóveis transacionados nas últimas décadas.
‘Rachadinha’
Pelo
menos as compras de 25 dos imóveis ocorreram de forma a suscitar
investigações do Ministério Público do Rio e do Distrito Federal, de
acordo com a apuração do site. Esse grupo é composto por aquisições e
vendas dos filhos e das ex-mulheres do presidente – não necessariamente
com dinheiro vivo.
Entre
essas, o inquérito das “rachadinhas” (desvio de salário de assessores)
do senador Flávio Bolsonaro. Em maio, o Tribunal de Justiça do Rio
(TJ-RJ) aceitou o pedido do Ministério Público e rejeitou a denúncia por
peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro oferecida contra
ele.
No
entanto, com a decisão, o MP diz que poderá recomeçar as investigações
sobre o caso, com a coleta de novas provas, com base no primeiro
relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Esse
documento apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no
nome de um ex-assessor de Flávio Fabrício Queiroz, entre janeiro de
2016 e janeiro de 2017. A movimentação atípica que deu origem à
investigação sobre as “rachadinhas” foi revelada pelo Estadão.
Como
também mostrou o jornal, em março do ano passado, transações com
imóveis foram alvos privilegiados do Ministério Público do Rio de
Janeiro (MP-RJ) nas investigações envolvendo o parlamentar. Promotores
suspeitavam que o filho Zero Um do presidente usava transações
imobiliárias para lavar dinheiro ilegal repassado pelos funcionários
“fantasmas”.
Fonte: Istoé
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