Com o slogan Mais de 13 milhões de bebês prematuros todos os anos: acesso a cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares, a organização não governamental (ONG) Prematuridade.com promove a campanha Novembro Roxo com uma série de programações que tem 17 de novembro (Dia Mundial da Prematuridade) como o ápice da ação.
O objetivo é chamar a atenção para o tema e debater estratégias que promovam mudanças positivas no cenário do parto prematuro no Brasil.
As iniciativas são organizadas para informar e conscientizar os pais e o público em geral sobre os desafios que os bebês prematuros enfrentam, além dos principais cuidados com a saúde desses pequenos, com olhar especial às vacinas.
A baixa cobertura vacinal em bebês e crianças tem sido uma preocupação constante de governos, de órgãos de saúde internacionais, de sociedades científicas e de organizações não governamentais.
Entre as iniciativas da ONG Prematuridade.com para mudar esse cenário, está a sensibilização da sociedade para a maior atenção à saúde dos bebês que nascem antes de 37 semanas de gestação, os prematuros.
Dados da Sociedade Brasileira Imunizações (Sbim) apontam que esses bebês têm de cinco a dez vezes mais chances de adquirir uma infecção, em comparação com crianças que nascem a termo (no tempo adequado).
O pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sbim e também conselheiro científico da ONG Prematuridade.com, reforça que “para os prematuros em especial, estar com o calendário vacinal em dia pode ser uma questão de vida ou morte”. Ele destaca ainda que os pais e as pessoas que têm contato direto com o bebê também precisam estar vacinados.
“Algumas imunizações, indicadas e disponíveis para prematuros, devem ser feitas mesmo que o bebê ainda esteja internado, e elas devem ser aplicadas sempre de acordo com a idade cronológica”, frisa Renato Kfouri.
As Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) reforçam a importância de proteger os prematuros com imunizantes adequados.
O calendário vacinal para bebês prematuros possui especificidades que exigem atenção dos pais. Por exemplo, prematuros com menos de 33 semanas ou abaixo de 2 kg precisam de quatro doses da vacina contra a hepatite B e só podem receber a vacina BCG após atingirem 2 kg.
Também há uma imunização passiva, o palivizumabe, um medicamento que previne infecções pelo vírus sincicial respiratório (VSR), causador de bronquiolite e pneumonia, oferecido a prematuros nascidos com menos de 29 semanas e outros grupos vulneráveis.
Vale ressaltar que foi aprovada pela Comissão de Saúde (COSAÚDE) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a incorporação de um novo medicamento preventivo de dose única contra o VSR, o Nirsevimabe, para bebês prematuros. O produto está sob avaliação na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec).
Outra vacina importante no contexto da prematuridade é a hexavalente, que protege contra seis doenças com apenas uma aplicação e causa muito menos efeitos adversos que a vacina pentavalente. Ela está recomendada para os prematuros nascidos com menos de 33 semanas ou com menos de 1,5kg, e disponível pelo SUS, nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries).
“Essa é uma vacina de produção nacional. Lutamos para que todos os bebês prematuros, independentemente da idade gestacional ao nascimento, tenham acesso gratuito à hexa. Além disso, acreditamos que facilitar o acesso da população à vacina, disponibilizando a mesma nos postos de saúde, é uma estratégia importante na retomada da cobertura vacinal dessa população”, diz a diretora da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani.
Fonte: JC
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