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Um presente para Lula a um ano da eleição (por Leonardo Barreto)

 

As manifestações deste domingo não estavam no radar. A própria esquerda deve ter ficado surpresa com o sucesso de público após repetidos fracassos de eventos anteriores marcados para datas tradicionais, como 1º de maio.

No papel, o que estava nos cartazes dos presentes era uma pauta anticorrupção (pec da blindagem) e por outra anti-bolsonarista (anistia). Na prática, tratou-se de um forte movimento anti-Congresso, anti-Centrão, anti-Trump e anti-Direita.

De todo modo, como efeito prático, tem-se que A PEC da blindagem, vendida como um movimento do Congresso e de parlamentares de direita para se protegerem de investigações do STF, não vai seguir.

Ato imediato, o STF se sentirá fortalecido por ter seu comportamento no julgamento de Bolsonaro validado nas ruas, pelo menos pelo lado esquerdo da rua.

O ministro Flávio Dino se sentirá encorajado a seguir nas investigações das emendas parlamentares, eventualmente declarar a inconstitucionalidade das emendas impositivas e propor o julgamento de membros do governo anterior por atos relacionados à pandemia da COVID.

O governo ganhou força para continuar pressionando o Congresso nas pautas eleitorais, especialmente a desoneração do IR. Esse peso pode se estender a outras agendas, como a MP 1303, importante para compor as finanças de 2026, e o orçamento.

Por último, Lula ganhou um elemento popular que não teve na campanha de 2022. Um grande presente a um ano de tentar a reeleição.

Leonardo Barreto, doutor em Ciência Política pela UnB

Fonte: Metropole

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