Um estudante de 14 anos, da sétima série, esfaqueou
em sala de aula a professora Adelair dos Santos Amaral, 45, pelas
costas, com um canivete, porque, em 2014, ela tomou da mão dele o tubo
de uma caneta esferográfica, que ele estava usando para jogar papel nos
colegas, tumultuando a aula. A escola onde a professora Adelair leciona
Língua Portuguesa e Artes, há 25 anos, fica em Nova Bandeirantes, um
município na região amazônica, ao Norte de Mato Grosso. “Tinha
acabado de bater o sino do recreio, para a gente retornar para a sala e
assim que eu entrei, mal coloquei o material na mesa e quando fui até a
porta, para tirar a chave, ele me golpeou”, conta Adelair, ainda
abalada pelo que aconteceu na quinta-feira da semana passada (9).
Somente nesta quinta-feira (18), as aulas que haviam sido suspensas
foram retomadas na Escola Municipal Ernesto Neiverth, que tem cerca de
570 alunos. No entanto, foi uma aula especial, somente para a direção
conversar sobre o que ocorreu. Os alunos, quando
viram a cena acontecer se assustaram e foram correndo para o fundo da
sala. As meninas começaram a chorar e se desesperar. Já a professora diz
que não sabia bem o que estava acontecendo, que sentiu uma dor nas
costas, mas não sabia se era um soco ou o que era, porque jamais poderia
esperar uma facada em sala de aula. “Eu não sabia
o que tinha acontecido, porque naquela manhã, naquela semana, neste
ano, não tivemos nenhum conflito e muito menos naquele dia, que nada
aconteceu de anormal. Até então eu não conseguia ver o porquê da
agressão, mas questionando, ele acabou falando. Eu perguntei: nossa, J.,
por que você está me agredindo assim? Ele falava assim: você não mexeu
comigo ano passado? Não quebrou uma caneta minha na marra? Aí eu
recordei que, no ano passado, quando ele era meu aluno da sexta série,
no meio do ano mais ou menos, de tanto os alunos reclamarem dele atirar
bolinha de papel com a caneta nas outras crianças, eu chamei a atenção
dele. Disse: para com isso J. e nada, para com isso J. e nada, várias
vezes. Daí fui à carteira dele e tirei o tubinho e joguei no lixo. Falei
assim: já que você não vai parar com isso, me dá isso aqui” – conta a
professora, dando detalhes do episódio de motivou essa agressão de
agora. (Terra)
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