Caro leitor, quantos reais, quantos mil ou quantos milhões um município como o nosso deve gastar com um Programa de Formação dos servidores da educação durante um ano? Vivemos a maior crise sanitária, econômica e social de nossa história recente, assim sendo, espera-se que os gestores públicos tenham o mínimo de cuidado e zelo pelo dinheiro público, sabendo investir e no mínimo buscar os melhores preços ao aplicar esses recursos.
Não é o que percebemos em uma recente Dispensa de Licitação para contratação de uma empresa que já está ofertando um Programa de Formação on-line dos servidores da educação municipal. O município de Várzea Nova pagará a bagatela de 1.515.000,00 (um milhão, quinhentos e quinze mil reais), isso mesmo caro leitor, mais de um milhão e meio, um valor considerável levando em consideração o modelo adotado e o próprio caráter formativo e seu modelo.
A empresa contratada é a IBRADESC – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento das Cidades, com uma dose de curiosidade não é difícil encontrar denúncias que envolvam essa empresa e outros municípios da Bahia. Em Serrinha o prefeito atual foi denunciado por contratar a mesma empresa sem licitação em 2018 para ofertar formação para 500 servidores, em uma das parcelas pagou R$ 725.000,00. Em Santa Cruz Cabrália, cidade com mais de 27 mil habitantes, a prefeitura contratou a mesma empresa por R$ 450.000,00 para capacitação de servidores da Educação. Em ambas as cidades houve também dispensa de licitação, ou seja, sequer houve a preocupação em ir ao mercado e buscar propostas para a oferta dos serviços.
Pois bem, em Várzea Nova o contrato ultrapassa um milhão e meio de reais, não é preciso ser matemático ou formado em administração para perceber que são valores astronômicos, longe de nossa realidade, mas não é assim que a gestão municipal tem visto os recursos oriundos da educação. A partir do momento que os mais de vinte milhões de reais chegaram às contas do município através da ação do antigo FUNDEF que se gasta de maneira desenfreada e desordenada, os mesmos que criticaram e criticam que parte desses recursos deveriam ser direcionados para os profissionais da educação se calam diante de situações como essa.
Para efeito comparativo, com um milhão e meio de reais seria possível ofertar bolsas de Mestrado para aproximadamente 100 profissionais, com a gestão custeando todas as despesas. Em um passado distante o município de Várzea Nova investiu em programas de formação que transformaram a vida dos profissionais e da educação local, não é o que visualizamos nesse momento, carecemos de políticas públicas sérias, de investimentos corretos e que não levantem suspeitas. Licitação, pesquisa, transparência, são características que precisam estar presentes nas gestões preocupadas com o dinheiro público.
Só nos resta levar ao conhecimento das instituições que existem para analisar o cuidado com o nosso dinheiro, meu, seu, de todos nós que estamos diante de tão grave crise, mas por aqui não existe crise, quando se paga mais de um milhão e meio sem licitação é sinal que fazemos parte de uma cidade rica e milionária, mesmo que ela seja apenas para alguns.
A APLB continuará sua caminhada em busca da justiça social e do zelo pelo bem público.
APLB SINDICATO / VÁRZEA NOVA
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