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Abel
Ferreira demonstrou sentimentos diferentes na entrevista coletiva
depois de ver o Palmeiras ir à segunda final consecutiva da
Libertadores. O treinador português costuma dar entrevistas que fogem do
padrão do futebol brasileiro e desta vez não foi diferente. Ele revelou
que se inspira em José Mourinho, citou o São Paulo da época de Muricy
Ramalho, fez um desabafo e deu um recado a um vizinho crítico de seu
trabalho.
O
português se exaltou muito quando Dudu marcou o gol de empate com o
Atlético Mineiro que garantiu o Palmeiras em mais uma decisão do torneio
continental, a sexta na história do clube, e teve de ser contido pelos
auxiliares quando gritava em direção a uma das câmeras da transmissão da
partida no Mineirão. A exaltação foi provocada, segundo ele, por
críticas de um vizinho "chato". Não foi uma provocação ao Atlético-MG.
"Quando
apontei pra câmera, não foi pra nenhum jogador ou o treinador do
Atlético-MG. Tenho um vizinho que mora no meu prédio que é um chato. Foi
diretamente ao meu vizinho, porque quem manda na minha casa sou eu.
Está calado! Quem trabalha dentro do CT sou eu e meus jogadores. Defendo
meus jogadores porque são meus nas vitórias e derrotas. Ao meu vizinho,
xiu", esbravejou o técnico.
Antes,
ele já havia mostrado incômodo ao ter que responder sobre o excesso de
cautela de sua equipe no jogo de ida, no Allianz Parque, e a postura
extremamente defensiva. Nesta terça, foi perguntado a respeito dos três
zagueiros e recordou-se de como jogava um rival do Palmeiras. "Pra mim,
time com 3 zagueiros pode ser ultra ofensivo. Como jogava o São Paulo
nos tempos áureos com o Muricy?!", respondeu.
"Eu
estudei 10 anos para ser treinador. Já estou farto de dizer e quem
quiser ouve, quem quiser não ouve. As pessoas confundem arrogância com
competência. Confundem inteligência com sorte. Dá trabalho ter sorte",
acrescentou, em tom de desabafo.
Abel
é inquieto, por vezes agitado, faz desabafos, mas também se mantém
calmo quando julga ser necessário. Ele foi visto pedindo tranquilidade
aos atletas depois que o Atlético-MG abriu o placar com Vargas no início
do segundo tempo. O treinador explicou de onde vem a serenidade que
passou a seus comandados naquele momento e também em toda a preparação
que antecedeu os dois duelos da semifinal.
"Essa
calma e inteligência, inspirei-me em Manchester United x Porto.
Mourinho empatou 0 a 0 em casa e no último segundo, no Old Traford, fez 1
a 1 e os colocou na final. Falei para os jogadores que faríamos gol
aqui", revelou o treinador. A concentração do time depois de levar o
gol, segundo ele, "é o que faz a diferença entre um rato e um homem".
Ele
fez história não somente por ser um dos responsáveis pela classificação
do Palmeiras a mais uma decisão da Libertadores, mas também por ter se
tornado o primeiro europeu a ser finalista do maior torneio de futebol
de clubes da América do Sul em duas edições seguidas.
"Sou
português e europeu com orgulho. Temos um dos melhores treinadores do
mundo, Mourinho, e um dos melhores do mundo, Ronaldo. O que veem quando
olham para o Cristiano? Força mental, disciplina, insaciável em querer
ganhar. Mentalidade portuguesa, europeia", ressaltou o comandante,
orgulhoso de sua origem.
O
comandante palmeirense afirmou que se classificou "a equipe mais
inteligente, mais organizada e, na minha opinião, está mais uma vez na
final com toda a justiça". E dedicou a classificação "para o verdadeiro
palmeirense", "os que torcem e amam o clube em todos os momentos".
Garantido
na decisão em Montevidéu, no Uruguai, marcada para 27 de novembro, o
Palmeiras buscará o seu terceiro título na história. O adversário será o
vencedor do confronto entre Flamengo e Barcelona de Gayaquil, que se
enfrentam no Equador nesta quarta. No Maracanã, o time rubro-negro
venceu por 2 a 0.
Fonte: Notícias ao Minuto
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