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Pedro Honorato escreve: ‘Retorno às aulas em que condições?’

 

O retorno de aulas presenciais, ainda que de forma parcial, tem sido autorizado em todo o país. Uma Pesquisa da Rede de Solidária apontou que apenas 56% das capitais e 49% dos estados apresentaram nota técnica indicando a intenção de retorno as aulas seus planos de reabertura de escolas. Dos municípios pesquisados pouco mais de 20% apresentaram propostas as secretarias estaduais de educação.

Os pesquisadores observaram, por exemplo, que a preocupação em investir recursos na compra de termômetros e na higienização de superfícies superou consideravelmente a preocupação com outras medidas mais eficazes, como a distribuição, ou mesmo conscientização para o uso de máscaras de melhor qualidade e testagem ativa nas escolas. Adequação das salas de aulas com circulação de ar, proporcionando maior comodidade e consequentemente diminuir chances de proliferar vírus e bactérias. Esta preocupação não deve pairar somente na época de pandemia e, sim, deve ser repensada, pois a grande maioria das salas de aula, mais parecem com uma carceragem do que um local que deve ser saudável, agradável de forma a proporcionar o bem-estar aos educandos e educadores.

Como não propomos apenas a criticar sugerimos que a ampla ventilação dos ambientes receba a devida prioridade nos protocolos. O monitoramento da saturação de CO2 nas salas de aula não tem sido adotado por planos de retorno dos quais tive acesso. A subdivisão de turmas em bolhas que se alternam na frequência é uma ferramenta eficiente para o isolamento de contatos em caso de surtos, precisa ser prevista nos planos.

A preocupação não é sobre os nossos filhos e filhas, sim sobre o nosso futuro, ainda porque todas as crianças são parte da nossa responsabilidade social. A educação é a ferramenta mais eficaz na construção desse mundo que todos nós queremos para o futuro e, esse começa com as nossas crianças, é claro. Não podemos negar a elas o direito à educação de forma saudável, em ambiente confortável e acessível. Tá na hora das famílias se manifestarem e usarem a sua voz em defesa desse direito, é preciso dialogar e encontrar o melhor caminho dentro de cada uma das diferentes realidades.

É fato que a pandemia está se enfraquecendo pelo fato da vacinação está avançando, contribuindo assim para o controle da doença, porém não podemos imaginar que doença é apenas advinda de pandemias, mas as doenças endêmicas e sazonais também são muito perigosas e transmissíveis com facilidade podendo causar mortes em organismos diversos, portanto a readequação das escolas é uma necessidade urgente urgentíssima.

Pedro Honorato Profissional de saúde

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