O Japão anunciou nesta segunda-feira (29) o fechamento de suas fronteiras a todos os visitantes estrangeiros para frear a variante ômicron da Covid-19 e, durante o dia, os ministros da Saúde do G7 se reunirão em caráter de urgência para tentar estabelecer uma estratégia comum diante do avanço da pandemia.
Três semanas após flexibilizar algumas
restrições, o Japão decidiu implantar controles rígidos de fronteira,
algo que muitos consideram coisa do passado.
“Vamos proibir a entrada de
estrangeiros de todo o mundo partir de 30 de novembro”, afirmou o
primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.
A variante ômicron, detectada inicialmente no sul da África, já está presente em vários países.
Nesta segunda-feira, os ministros da
Saúde do G7 (França, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Japão e
Reino Unido) se reunirão “para discutir a evolução da situação sobre a
ômicron”, em um encontro organizado em caráter de urgência em Londres,
que tem a presidência temporária do G7.
Com mais de cinco milhões de mortes em
todo o mundo desde que a pandemia foi declarada, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) considerou a ômicron como uma variante de “preocupação”.
“Sabemos que estamos em uma corrida
contra o tempo”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, antes de destacar que os fabricantes de vacinas precisam de
“duas a três semanas” para avaliar se as vacinas existentes continuam
sendo eficazes contra a nova variante.
Vários países adotaram restrições para
viajantes procedentes do sul da África, incluindo Estados Unidos, Reino
Unido, Indonésia, Arábia Saudita, Kuwait e Holanda.
Dano econômico
O presidente sul-africano, Cyril
Ramaphosa, pediu no domingo aos países que suspendam as restrições
“antes que provoquem mais danos a nossas economias”.
Na mesma linha, o diretor da OMS para a
África fez um apelo para que os países priorizem a ciência, em vez de
impor restrições de voo para conter a nova variante.
“Com a variante ômicron detectada em
várias regiões do mundo, a aplicação de restrições de viagens para a
África é um ataque à solidariedade global”, declarou diretor regional da
OMS, Matshidiso Moeti.
Poucos dias depois do anúncio por
cientistas da África do Sul sobre a descoberta da nova variante, que tem
mais mutações que as anteriores detectadas do coronavírus, o hospital
Bambino Gesu de Roma conseguiu a primeira “imagem” da ômicron e
confirmou que efetivamente tem mas mutações que a delta, mas isto não
significa que é mais perigosa, de acordo com os pesquisadores.
As autoridades holandesas afirmaram
que identificaram ao menos 13 casos de ômicron entre 61 passageiros que
testaram positivo para Covid-19 depois que desembarcaram da África do
Sul no sábado.
A polícia de fronteira da Holanda
anunciou a detenção de um casal em um avião com destino a Espanha,
depois que os dois fugiram de um hotel em que estavam em quarentena.
O casal, um espanhol de 30 anos e uma
portuguesa de 28, retornou à quarentena e pode ser acusado de “ataque à
segurança pública”.
Apesar da nova ameaça, dezenas de
milhares de pessoas protestaram na Áustria contra a vacinação
obrigatória no país, o primeiro da UE a aplicar a medida.
O chanceler Alexander Schallenberg
considerou o protesto uma “interferência menor” para o país com uma das
menores taxas de vacinação na Europa ocidental.
No Reino Unido, o ministro da Saúde,
Sajid Javid, anunciou que na terça-feira entrarão em vigor novas regras
sanitárias, incluindo o uso de máscaras em estabelecimentos comerciais e
nos transportes públicos, assim como restrições para os passageiros
procedentes do exterior.
Sintomas leves
E enquanto os cientistas tentam
determinar o nível de ameaça da nova variante, uma médica sul-africana
destacou que dezenas de pacientes suspeitos de portar a variante ômicron
mostraram sintomas leves, como fadiga.
Angelique Coetzee, presidente da
Associação Médica Sul-Africana declarou à AFP que observou 30 pacientes
nos últimos 10 dias que testaram positivo para Covid-19 e se recuperaram
sem a necessidade de hospitalização.
O conselheiro do governo dos Estados
Unidos para a pandemia, Anthony Fauci, afirmou que continua “acreditando
que as vacinas existentes devem fornecer um grau de proteção contra
casos severos de Covid”.
Diante do que considera um risco
crescente, Israel anunciou algumas restrições mais severas, incluindo o
fechamento das fronteiras a todos os estrangeiros, quatro semanas depois
da reabertura para os turistas.
“Estamos levantando a bandeira vermelha”, disse o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett.
Por:Diario de Pernambuco
Comentários
Postar um comentário