Cinco adolescentes foram resgatados de um trabalho em condições análogas à escravidão no Esporte Clube Jacobinense, em Salvador, no último domingo (12), por auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia. Os jovens estavam alojados e realizavam seus treinos no bairro de Cajazeiras. Esse é o primeiro caso de resgate de jovens em clube de futebol no Brasil.
Em visita realizada no local de alojamento, foram verificadas também carga de treinamento intensa e uma alimentação inadequada aos jovens, além do impedimento da liberdade de ir e vir.
As condições de trabalho dos adolescentes começou a ser investigada depois que o técnico de futebol do Jacobinense Esporte Clube foi preso temporariamente, acusado de assédio sexual a jovens do centro de treinamento. A investigação é feita pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente.
A auditoria fiscal do trabalho verificou que nenhum dispositivo legal da Lei Pelé, que estabelece normas para diversos assuntos referentes à condução do esporte no Brasil, estava sendo cumprido. Dentre eles, a assinatura de contratos de atleta em formação, o pagamento de bolsa auxílio e a garantia à matrícula em unidade escolar.
As parcelas de seguro desempregado devidas para casos dessa natureza estão sendo providenciadas para os adolescentes resgatados, diz a Superintendência.
Procurado, o presidente do Clube, Marcos Manassés, afirmou que os garotos não tinham vínculo trabalhista com o clube, e que sequer os conhecia. Ele diz que as informações veiculadas pelo Ministério do Trabalho são falsas e que acredita que são fruto de motivações de possíveis adversários políticos para derrubarem a sua empresa. Manassés já foi deputado estadual e recentemente se filiou ao Partido Progressistas (PP).
“É admirável. O pessoal do Ministério do Trabalho mandar informações sem provas, sem processo, mas estou tranquilo. Todo mundo sabe quem eu sou e o trabalho que eu faço. Como vou dar explicação de algo que eu não tenho conhecimento? O pessoal quer ligar o meu nome a algo que não procede”, afirmou. Leia mais no Correio 24 hroas
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