Procuradora espancada por colega revela que 'tinha medo' dele e se diz 'desrespeitada como mulher'; VÍDEO
A
procuradora-geral agredida por um colega de trabalho dentro da
Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, detalhou os momentos
de tensão vividos no ambiente profissional e revelou que "tinha medo" de
uma possível violência por parte do agressor.
A
agressão teria sido motivada pela abertura de um processo
administrativo contra o procurador por conta de sua postura no ambiente
de trabalho.
Conforme
apurado pelo g1, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, é a
procuradora chefe do agressor Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos,
também procurador. O autor do crime chegou a ser conduzido ao 1º
Distrito Policial (DP) do município, onde um boletim de ocorrência (BO)
sobre o caso foi registrado, mas foi liberado na sequência.
"Eu
tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não
imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate
boca’, uma discussão", relata a profissional, em entrevista à TV
Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo.
Gabriela
estava trabalhando quando foi surpreendida pelo ataque de Macedo.
Segundo consta no BO, ele a agrediu primeiro com uma cotovelada na
cabeça e continuou com socos no rosto.
Detalhes da agressão
No
depoimento, a procuradora-geral do município relata detalhes do
ocorrido em seu ambiente de trabalho. “Eu estava saindo da repartição
quando ele veio em direção a mim de forma violenta e me desferiu uma
cotovelada. Fui arremessada contra a parede. E ele começou a bater muito
em mim, desferir muitos golpes. Socos e pontapés. Chutou muito o meu
rosto".
Ela
aponta ainda que uma funcionária da prefeitura ainda tentou segurar
Demétrius, mas acabou sendo empurrada. Todas as agressões descritas
foram registradas em vídeo. "Ela ficou prensada contra a porta. Levantei
cambaleando, ele desferiu mais um soco no rosto. Consegui escapar para a
sala da Thais, que é nossa outra colega procuradora. Ela trancou a
porta, e ai chegaram as outras pessoas da sala ao lado, que ouviram meus
gritos de socorro", complementa.Foi exposta a minha dignidade. Como
mulher, fui desrespeitada, assim como servidora pública. Enfim, foi um
desrespeito global da minha personalidade como mulher
As
agressões do advogado Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, contra a
procuradora-geral de Registro (SP) aconteceram na tarde da última
segunda-feira (20), por volta das 16h50, dentro da sala da procuradoria
geral do município, dentro da prefeitura.
Nota de repúdio
A
Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal
(Anape) também manifestou, por meio de nota, o repúdio ao violento
ataque sofrido pela procuradora-geral do município de Registro (SP),
Gabriela Samadello Monteiro de Barros, durante seu exercício
profissional. "A agressão, feita pelo procurador municipal, precisa ser
severamente punida, como forma de assegurar o restabelecimento do Estado
Democrático de Direito".
No
conteúdo divulgado, a citada associação acrescenta que o "ataque
violento desrespeita os direitos e princípios fundamentais dos cidadãos e
atinge a esfera moral e ética de todos os advogados públicos e
advogadas públicas que exercem com rigor seu papel na sociedade. É
fundamental que os procuradores tenham segurança e autonomia para
exercer sua função essencial à Justiça. A Anape manifesta sua
solidariedade à procuradora que estava no desempenho pleno das suas
funções profissionais".
Fonte: G1
Comentários
Postar um comentário