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“Olhando
para o que está acima de nós, manifesto meu apoio de forma independente
ao candidato e futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Compreendo
que neste momento crucial da nossa História quem reúne as condições para
derrotar Bolsonaro e a semente maléfica do bolsonarismo é a sua
candidatura”, afirmou Marina se dirigindo a Lula.
A ex-ministra falou do retrocesso do governo na questão ambiental e citou as ameaças à democracia que o País enfrenta.
“Estamos
vivendo aqui um reencontro político e programático. Porque do ponto de
vista das nossas relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula
nunca deixamos de estar próximos e de conversar, inclusive em momentos
dolorosos de nossas vidas. Nosso reencontro político e programático se
dá diante de um quadro grave da política do nosso país diante de uma
ameaça, a ameaça das ameaças à nossa democracia”, afirmou Marina.
Em seguida, o candidato à Vice-Presidência Geraldo Alckmin tomou a palavra e agradeceu o apoio da ex-ministra.
Lula
foi o último a falar e citou um dia histórico. “A democracia pode
acontecer, mesmo quando tem divergências pontuais. Hoje é um dia
histórico para o PT, para a nossa candidatura, para o fortalecimento da
democracia”, afirmou.
O
petista também falou sobre o afastamento entre ele e Marina nos últimos
anos. “De vez em quando na política tomamos decisões de percorrer
determinados caminhos, nem sempre a gente se encontra, mas também há
momentos na História em que a gente se reencontra. E ele é importante
não só pela qualidade do programa que a Marina apresenta. Mas muito mais
pelo momento político que vivemos.”
O
ex-presidente falou que seu programa ambiental foi incrementado com o
plano apresentado por Marina. “Questão ambiental será levada muito a
sério com a inclusão das propostas da Marina…Não haverá mais garimpo
ilegal neste País, propomos a criação do Ministério da Segurança
Pública.”
Linha de crédito
No
documento entregue ao candidato Lula, a ex-ministra propôs a adoção de
uma linha de crédito a ser inserida no Orçamento para financiar ações de
adaptação às mudanças climáticas. A ideia de Marina é incentivar
municípios a implementarem planos de monitoramento e contingência a
eventos climáticos extremos.
Marina
também sugeriu a Lula a recomposição e a ampliação de quadros técnicos e
orçamentos de órgãos como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), ICMBio e
Ibama – sem, contudo, detalhar a verba necessária ou o impacto fiscal
da medida.
A
ex-ministra pede o retorno da Agência Nacional de Águas (ANA) ao MMA.
Desde o início do governo Jair Bolsonaro, o órgão está sob o
guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Afastamento
Ministra
do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, Marina Silva deixou o cargo para
representar o Senado pelo Acre, seu Estado de origem, alegando
divergências com a gestão petista. À época, ela argumentou que faltava
apoio para avançar na agenda ambiental.
Em 2009, deixou o PT para se filiar ao PV e, mais tarde, ajudar a fundar a Rede.
Candidata
à Presidência em 2014 e 2018, ela enfrentou duros ataques de petistas,
em especial na campanha de Dilma Rousseff à reeleição, na propaganda
então comandada pelo marqueteiro João Santana, hoje contratado pelo
candidato do PDT, Ciro Gomes.
O
ressentimento dominou a relação de Marina com o PT até recentemente,
quando a Rede decidiu apoiar a candidatura de Fernando Haddad (PT) ao
governo de São Paulo, e ela se lançou candidata a deputada federal pelo
Estado.
Marina
chegou a ser cotada como “vice dos sonhos” por Haddad e até por Ciro,
mas optou por disputar a Câmara dos Deputados e ajudar seu partido como
“puxadora de votos”.
Fonte: Istoé
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