Projeto é aprovado com 25 alunos por sala, e se sancionado, país terá que criar 16 mil turmas de fundamental
É
que o texto prevê um limite de 25 alunos por sala nessas séries
iniciais da escolarização, justamente as responsáveis pela alfabetização
da criança.
A
mudança, elogiada pedagogicamente - já que é nessa fase que o
atendimento individualizado e a avaliação contínua são mais necessários -
, implica uma série de adaptações que demandam investimento financeiro e
planejamento rigoroso das redes de ensino, do espaço físico à
capacitação de docentes.
Atualmente,
a média de alunos matriculados nessas séries em todo o País é de 29
alunos, considerando instituições públicas e privadas. Essa diminuição
aos 25 estudantes propostos parece pouco se vista isoladamente, mas
teria grande impacto na adequação à lei, principalmente nas grandes
cidades. Só em São Paulo, por exemplo, seriam necessárias 3.053 turmas
para abrigar os 76.333 alunos excedentes.
Segundo
Faria, a avaliação deste projeto deve levar em conta, ainda, outras
metas estabelecidas. "O Plano Nacional de Educação prevê o atendimento
de metade da rede em tempo integral, o que já demanda mudanças
significativas", acrescenta.
Ponderações
Especialista
em gestão educacional da Fundação Itaú Social, Patrícia Mota Guedes
afirma que já há pesquisas que mostram que a redução do número de
estudantes por turma tem impacto positivo, principalmente nas séries
iniciais.
Mas,
segundo ela, os bons resultados dependem também de outras variáveis,
como a oferta e a qualificação dos professores, as condições
socioeconômicas da região e o tamanho da escola. Patrícia conta que uma
medida semelhante implementada na Califórnia, na década de 1990, foi
malsucedida exatamente pela desatenção a esses fatores.
"Uma
saída para os grandes municípios é trabalhar na proporção de adultos
para crianças. Uma sala com 30 alunos e dois professores é melhor do que
uma turma com 20 crianças e só um docente." (Com informações do
Estadão).
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