A pesquisa Datafolha publicada neste domingo (10)
mostra que o brasileiro quer votar para escolher o presidente da
República – não quer que Dilma Rousseff continue no cargo, mas também
não quer que Michel Temer chegue ao comando do país simplesmente como
sucessor constitucional no caso de afastamento e, pelo jeito, também não
quer que esta tarefa fique por conta dos parlamentares. Isso fica claro
quando o eleitor defende a renúncia de Dilma e igualmente de Temer. Os
números relativos a Temer são muito semelhantes aos de Dilma – 61% e
58%, respectivamente; e 60% defendem tanto a renúncia de Dilma quanto a
de Temer. – O impeachment do Temer veio antes do dela - brincou um
aliado do governo que está empenhado em conquistar votos para barrar o
processo de impeachment na Câmara. Mas Dilma não tem o que comemorar. O
eleitor quer o afastamento dela seja pelo impeachment (61%) ou pela
renúncia (60%). Ainda assim, para apoiadores do governo, há aspectos
positivos revelados na pesquisa, como a redução do percentual dos que
querem seu afastamento – caiu de 68% para 61%, portanto, num patamar
muito alto. Isso pode ser resultado da campanha intensa do governo de
acusar de golpe o processo de impeachment em tramitação na Câmara e pela
capacidade que demonstrou de mobilizar alguns setores da sociedade –
juristas, mulheres, intelectuais e estudantes. Bem, se Dilma não tem o
que comemorar, o PSDB, que teve Aécio Neves como o adversário de Dilma
em 2014, menos ainda: numa simulação de cenários para as próximas
eleições, em todos eles os candidatos apresentados do PSDB perderam
pontos. Aécio ainda aumentou o índice de rejeição. Se a eleição fosse
hoje, diz o Datafolha, a disputa ficaria polarizada entre Lula e Marina,
sendo que Lula tem rejeição bastante alta (53%), e não se sabe qual a
distância entre o piso e o teto de votos que poderia ter. (G1)
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