O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
em reuniões com integrantes do PT e líderes partidários, que, caso não
tenha autonomia para tocar o governo após uma eventual vitória de Dilma
Rousseff no impeachment, deixará que avancem no partido e entre os
aliados as discussões pela realização de eleições gerais. A ideia de
Lula tem respaldo de lideranças do PMDB como o presidente do Senado,
Renan Calheiros (AL), que mantém distância do vice-presidente Michel
Temer, sucessor de Dilma no caso de o impeachment passar no Congresso.
Na semana passada, Renan defendeu a realização de eleições gerais. A
senadores, o peemedebista disse não descartar a criação de uma comissão
especial para reunir todas as propostas em debate. As conversas entre
Lula e Renan se intensificaram desde que o ex-presidente voltou a atuar
diretamente nas negociações com o Congresso. Segundo lideranças do
governo, não foi por acaso que o peemedebista afirmou na última semana
que “vê com bons olhos” a realização da eleição geral, mesmo não havendo
nenhuma proposta concreta sobre o tema. “Acho que, se a política não
arbitrar saídas para o Brasil, não podemos fechar nenhuma porta”, disse
Renan na terça-feira. A estratégia de uma nova eleição geral antes de
2018 é tratada de forma sigilosa para não melindrar integrantes da base
aliada que ainda estão indecisos em relação à votação do impeachment. O
debate no plenário sobre o afastamento de Dilma deve ter início no
próximo dia 15. A ideia surge, entretanto, em meio aos levantamentos de
intenção de votos que apontam o petista na frente de uma possível
disputa pelo Palácio do Planalto. (Estadão)
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