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PP e DEM conversarão com Ciro; aliança pode liquidar Alckmin

Descartado até o mês passado, o casamento entre DEM e Ciro Gomes já não é mais tratado como impossível no partido. Cresce na sigla a sensação de que a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) não vai emplacar – e o resultado da pesquisa Datafolha de ontem reforçou ainda mais a percepção.
Conforme informou o colunista Lauro Jardim, o deputado Rodrigo Maia terá uma conversa em breve com Ciro. Maia pretende desistir no mês que vem da sua candidatura ao Planalto e está monitorando qual a melhor alternativa para se manter no comando da presidência da Câmara em 2019 (que passaria a ser seu principal objetivo).
“Temos que ter a capacidade de dialogar com todos. Porque também se a gente fica dizendo que é centro e quer excluir o Ciro Gomes do diálogo, então a gente não é bem de centro”, disse Maia no sábado, em evento no Rio de Janeiro.
O ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, agora principal parceiro de Maia no DEM fluminense, é mais um a simpatizar com o projeto pedetista. Paes tem boas relações com Ciro há tempos e, por pouco, não entrou no PDT, na janela partidária deste ano. O ex-prefeito também lembra da lealdade de Ciro em 2016. Ele anunciou publicamente seu apoio ao deputado Pedro Paulo Carvalho na disputa pela prefeitura do Rio, mesmo com duas adversidades sensíveis na campanha do parlamentar: a acusação (depois arquivada) de agressão à ex-mulher e o seu voto favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, chamado de ‘golpe’ por Ciro até hoje.
O prefeito de Salvador ACM Neto também é mais um a despertar para a hipótese Ciro. Em público, ele vinha defendendo a pré-candidatura de Maia, mas sempre deixava pontes abertas com Alckmin nos bastidores. 
As arestas do passado 
Para a parceria emplacar, frases de Ciro em 2005 terão que ser ignoradas. No auge do escândalo do mensalão, o pedetista chamou ACM Neto de “tampinha” e “anão moral”. Não seria, no entanto, a primeira vez que a família Magalhães deletaria da mente os disparos proferidos pela língua do político do Ceará. Em 2002, o senador Antonio Carlos Magalhães apoiou sua candidatura ao Planalto, quando Ciro era filiado ao PPS. E acabou deixando de lado uma frase de 1999: “Tudo o que não presta na história republicana tem o ACM”, disse, à época, o então candidato.
Duas figuras de peso no DEM ainda insistem em apoiar Alckmin. O ex-ministro Mendonça Filho, até porque poderia ser uma opção de vice para o Planalto; e o deputado Rodrigo Garcia, interessado em compor a chapa de João Doria em São Paulo. Para o DEM se alinhar ao tucano, são as falas recentes de Rodrigo Maia que atrapalham. “O ciclo do PSDB se esgotou”, vem repetindo desde março. (Com informações de O Globo). 
Ciro com DEM e PP mata Alckmin, 
Defensores da candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto estão apavorados com a possibilidade de o presidenciável Ciro Gomes fechar uma aliança que lhe garanta um tempo razoável de propaganda eleitoral na TV. Quadros do PSB, PPS e PTB acompanham com atenção as conversas do DEM e do PP com o pedetista, que vão se intensificar nas próximas semanas. Se o casório sair, lideranças políticas dizem que Ciro ocupará o centro e implodirá a campanha do tucano. Alckmin ainda não conseguiu apoio e sobrará pouca opção com capilaridade.
PPS, PSD e PTB já sinalizaram apoio a Alckmin, mas a decisão mesmo só sairá na convenção, de julho a agosto. Até lá é só promessa. O PSB vai iniciar conversas com a presidenciável Marina Silva (Rede) nesta semana. A tendência, contudo, é ficar neutro.
As conversas de Ciro Gomes com DEM e PP, que podem levá-lo para o centro, ocorrem depois de o PT definir que terá candidato próprio. O ex-governador do Ceará tentou ser o nome de Lula. (Fonte: Estadão).

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