Diante da escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou críticas contundentes à
postura de “unilateralismo” do governo norte-americano na política
externa. Em um discurso proferido em Belo Horizonte, durante o
lançamento de uma caravana federativa, Lula lamentou o que qualificou
como “a lei do mais forte”, referindo-se à crença de que a nação mais
poderosa determina as ações das outras.
Lula revelou ter conversado por telefone com o então presidente Donald Trump no início do mês. A pauta oficial incluía negociações para a retirada de sobretaxas impostas pelos EUA a produtos brasileiros. No entanto, o presidente brasileiro aproveitou a oportunidade para manifestar sua profunda contrariedade com a crise envolvendo a Venezuela, deixando clara a posição do Brasil e da região.
Diplomacia em Tempos de Tensão
“Eu falei ao Trump que nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, ressaltou Lula, destacando o compromisso do continente com a resolução pacífica de disputas.
O presidente brasileiro relatou que Trump abordou o poderio bélico dos Estados Unidos, mas Lula fez questão de enfatizar sua crença inabalável no poder da palavra e da diplomacia sobre o uso da força.
Para Lula, as vias diplomáticas são o caminho essencial para a resolução de conflitos. “Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas.
Vamos acreditar que a palavra, diplomaticamente, é a coisa mais forte para resolver os problemas”, defendeu, reiterando a importância do diálogo e da negociação na política internacional.
A declaração de Lula ocorre em um momento de alta sensibilidade. No dia anterior à sua fala, o governo da Venezuela classificou a apreensão de um petroleiro do país, contendo cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo, por militares dos Estados Unidos em águas internacionais, como um “roubo descarado” e um ato de pirataria.
O governo de Nicolás Maduro afirmou que “a política de agressão contra nosso país responde a um plano deliberado de saque de nossas riquezas energéticas”, aprofundando o impasse e a polarização regional.
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