Ao menos cinco governadores disseram ter sido
pegos de surpresa com a decisão anunciada ontem (21) pelo governo
federal de retirar os servidores estaduais e municipais da reforma da
Previdência que tramita no Congresso Nacional. Com a retirada, fica a
cargo dos governos estaduais assumirem aprovar mudanças nas Assembleias
Legislativas. Os governadores disseram que, em diversas reuniões com
representantes do governo, a retirada dos servidores estaduais nunca foi
mencionada. “Acho que todos os governadores foram pegos de surpresa
ontem à noite. Nas conversas que nós vínhamos tendo com o governo
federal, nas conversas com o Marcelo Caetano [secretário da
Previdência], nunca foi discutida essa proposta”, disse o governador do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Questionado se o governo federal
transferiu o ônus político de uma reforma previdenciária para os
estados, o vice-governador de São Paulo, Márcio França, respondeu que
sim. “Há estados com situação mais cômoda, como São Paulo, que já tinha
feito a nossa reforma previdenciária. Já tem uma regra de transição. E
tem estados muito mais atrasados, que queriam pegar uma carona na
situação e não vão conseguir pegar”. O governador do Paraná, Beto Richa,
disse que não esperava esse tipo de atitude. “Agora cabe aos estados
assumirem suas obrigações. Hoje não tenho mais espaço”, disse ele ao ser
questionado se promoveria novas reformas nas aposentadorias estaduais.
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