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Gisele Oliveira, a brasileira presa em
Coimbra, Portugal, por suspeitas de ter matado cinco dos sete filhos,
usava sedativos para deixar as vítimas - com idades entre os 10 meses e
os três anos - inconscientes e depois asfixiava-as. A mulher é suspeita
também de ter tentado matar o filho mais velho e o marido.
Em
coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (7), a Polícia Civil de Minas
Gerais, explicou que os crimes ocorreram na cidade de Timóteo e o
primeiro caso ocorreu em 2008, quando a mulher, de 40 anos, tentou matar
o filho com Neocid, um inseticida usado para matar piolhos, colocado na
mamadeira. A criança sobreviveu após ser atendida no hospital.
"No
decorrer das investigações, descobrimos uma tentativa de homicídio
ocorrida em 2008, quando teria sido encontrado veneno na mamadeira da
criança", explicou Valdimara Teixeira de Paula, da Delegacia de
Homicídios de Timóteo.
Em
2010, duas crianças morreram com um intervalo de 32 dias. Uma tinha 10
meses, a vítima mais nova, e apresentava sintomas de intoxicação por
Fenobarbital, um medicamento antiepiléptico e anticonvulsivante. Na
época, o caso chegou a ser investigado, mas não foi possível apurar a
autoria do crime.
Cinco crianças foram assassinadas por envenenamento em um intervalo de 15 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quinta (7) a prisão de uma mulher de 40 anos, suspeita de matar os próprios filhos - com idades de 10 meses e 3 anos - na cidade de Timóteo, no Vale do… pic.twitter.com/OGtqAzVeV0
— O Tempo (@otempo) August 7, 2025
Em
2019, outras duas crianças morreram com intervalo de dois meses e meio.
Uma das vítimas tinha uma prescrição médica para Fenobarbital e,
segundo a autoridade, teria sofrido uma convulsão.
"As
autoridades não tiveram acesso a essas mortes na época. Não foi
registrado um boletim de ocorrência", frisou Valdimara Teixeira de
Paula.
A
responsável explicou que, em 2022, também o marido de Gisele Oliveira
foi hospitalizado com sintomas de intoxicação por sedativos, mas ninguém
suspeitou do caso.
"Chegava
quase sem consciência, ficava cerca de 24 horas sonolento e, quando
retomava a consciência, continuava confuso, da mesma forma como as
crianças", destacou.
A
última morte ocorreu em 2023 e foi o ponto de partida para a
investigação que culminou na prisão da brasileira na noite de
terça-feira, em Coimbra, Portugal. O alerta à Polícia Civil foi dado por
uma assistente social, que ouviu uma tia da criança afirmar no hospital
que se tratava da "quinta morte e que a justiça precisava de ser
feita".
"As
testemunhas relataram que as crianças ficavam sob os cuidados de
parentes e sempre voltavam diferentes após passarem alguns dias com a
mãe. Voltavam grogues, prostradas e com sintomas incomuns. Uma
testemunha chegou a apresentar um áudio em que ela afirmava ter matado
as cinco crianças", explicou o escrivão Leonardo Félix na coletiva de
imprensa.
A
delegada Valdimara Teixeira de Paula explicou, ainda, que, "depois de
ouvir dezenas de pessoas, fazer um trabalho de campo de forma minuciosa,
e ter acesso a muitos prontuários", apurou-se que a mulher deixava as
crianças inconscientes com sedativos antes de as asfixiar.
"A
redução do nível de consciência sempre acontecia por meio de diferentes
medicamentos e depois elas [as vítimas] eram asfixiadas", disse. "Uma
das crianças foi encontrada com uma fralda na boca e a outra com o rosto
virado para o sofá".
Gisele fugiu para Portugal após começar a ser investigada
Segundo
Valdimara Teixeira de Paula, "logo que se iniciaram as intimações"
relacionadas com as mortes, Gisele "fugiu do distrito da culpa e foi
para Portugal".
A
suspeita acabou por ser presa pela Polícia Judiciária (PJ), na noite de
terça-feira, em Coimbra, na sequência de um "mandado de prisão
internacional emitido pelas autoridades judiciárias brasileiras em
julho".
Em
comunicado, enviado ao Notícias Ao Minuto, a autoridade portuguesa
explicou que a mulher, que chegou a Portugal em abril, era "suspeita da
prática dos crimes de homicídio e coação, ocorridos entre 2008 e 2013,
tendo recorrido à administração intencional e reiterada, de substâncias
sedativas que alegadamente provocaram a morte a cinco dos seus filhos
menores".
Três
das cinco vítimas mortais era "filhos em comum com o companheiro", que
estava também residindo em Portugal. Além do marido, Gisele estava com
outra criança, um menino de 12 anos, filho de ambos, que foi sinalizado
junto da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
A
mulher foi apresentada ao Tribunal da Relação de Coimbra e ficou
sujeita à medida de coação de prisão preventiva, e aguardando o processo
de extradição.
Fonte: Noticias ao Minuto
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