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Depois de motim, Motta não cede à pressão de bolsonaristas

 

Depois de ser contestado pelo motim dos bolsonaristas — que em 5 de agosto sitiaram a Mesa Diretora por aproximadamente 30 horas —, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), buscou, na semana passada, reforçar sua autoridade no cargo. Deixou claro que não pretende ceder à pressão da oposição e pautar projetos como a anistia aos envolvidos na invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado.

Motta foi impedido até de sentar na cadeira de onde comanda os trabalhos da Casa — o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) recusava-se a ceder-lhe o lugar e teve de ser convencido pelos colegas — e, por pouco, não conseguiu chegar até ela — o deputado Zé Trovão (PL-SC) tentou interditar-lhe o acesso à Mesa Diretora. Assim que conseguiu se instalar, o presidente da Câmara deu seu recado: “Nossa presença nesta Mesa é para garantir duas coisas: a primeira é o respeito a esta Presidência, como quer que seja; e a segunda, é para que esta Casa possa se fortalecer. Vamos continuar apostando no diálogo. Só o diálogo é que mostrará a luz das grandes construções que o Brasil precisa. Nossa democracia não pode ser negociada” avisou.

Desde então, o diálogo entre Motta e os bolsonaristas se dificultou. Os apoiadores do ex-presidente garantiam que desocuparam a Mesa somente porque conseguiu do presidente da Casa a garantia de que as pautas que lhes interessavam seriam votadas. Mas, dois dias depois, o deputado negou que houvesse um acordo para colocar a anistia na pauta do Plenário.

Em discurso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tentou amenizar os atritos e até desculpou-se com Motta: “Não fui correto no privado, mas faço questão de vir em público e te pedir perdão”, declarou. Ao Correio, porém, o deputado dispara: “Não há climão nenhum”. A tentativa de conciliação é vista nos bastidores como uma tentativa de reaproximação com o presidente da Câmara.

Por Correio Braziiense
Foto: Ed Alves/CB/D.A. Press

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