O presidente Lula (PT) avalia promover uma reforma ministerial ainda em 2025 para reorganizar o governo com foco nas eleições de 2026. A ideia é substituir ministros que pretendem concorrer no próximo pleito antes do prazo de desincompatibilização, em abril.
Segundo aliados, a mudança pode começar já em outubro, com a possível entrada de Guilherme Boulos (PSOL) na Secretaria-Geral e a saída de ministros ligados ao União Brasil e PP, partidos que determinaram o retorno de seus quadros ao Legislativo.
Apesar da pressão, nomes como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esportes) resistem em deixar os cargos. Lula, por sua vez, tem buscado negociar diretamente com líderes partidários, como Davi Alcolumbre, e pode abrir espaço para siglas como PSD, PDT e PSB.
As trocas também podem atingir ministros do PT que disputarão eleições, como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho). Há expectativa de que até 20 ministros deixem o governo em 2026.
Além disso, Lula pretende usar o processo para fortalecer alianças regionais e ampliar apoios nos estados. O presidente deve apoiar candidaturas de seus ministros, como Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e o próprio Sabino, que querem disputar o Senado.
A estratégia de reforma levará em conta o perfil que Lula deseja imprimir ao último ano de mandato e a composição de palanques regionais. Aliados avaliam que o momento favorável ao governo pode mudar até 2026, mas reconhecem que hoje o presidente aparece como favorito. *Por Catia Seabra e Lucas Marchesini | Folhapress
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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