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Pensões de professores mortos bancaram facção no Rio, aponta PF

 

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30/10), a Operação Capgras para desarticular um esquema criminoso acusado de desviar pensões e benefícios de servidores já falecidos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo teria movimentado R$ 22 milhões em fraudes bancárias e lavagem de dinheiro ao longo de três anos, segundo as investigações.

As investigações também apontam indícios de que parte do dinheiro teria sido destinada a pessoas ligadas à cúpula de uma facção criminosa do Rio de Janeiro.

A PF afirma ainda que outros órgãos públicos podem ter sido prejudicados pelo grupo, além do prejuízo estimado em R$ 1,2 milhão já identificado na UFRJ.

A ação cumpre cinco mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em outros municípios da Região Metropolitana, além de Mogi das Cruzes (SP). Os alvos são apontados como responsáveis por falsificação de documentos, estelionato contra a administração pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

“Herdeiros” inexistentes e laranjas

O esquema começou a ser investigado após a denúncia de um pensionista da UFRJ que descobriu ter sido incluído um suposto filho inexistente como beneficiário de sua pensão, supostamente com documentos falsos. A universidade passou a auditar outros casos e encontrou irregularidades semelhantes envolvendo vários ex-professores e servidores falecidos.

De acordo com a PF, a organização criminosa criava dependentes fictícios e habilitava-os como beneficiários para dividir pensões de forma ilegal. Os valores desviados eram “lavados” por meio de empresas de fachada e laranjas, o que mascarava a origem criminosa dos recursos.

“Escritório do crime” em SP

No cumprimento de mandados, os agentes localizaram um escritório completamente estruturado nos fundos da casa do principal investigado, em Mogi das Cruzes (SP). O espaço contava com estações de trabalho e materiais usados na fraude, como computadores, arquivos e documentos

Planilhas e anotações financeiras

A Polícia Federal ressaltou que o trabalho foi conduzido pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Crimes Fazendários (Delefaz), com apoio do Núcleo de Identificação.

Os suspeitos poderão responder por falsificação de documento público, estelionato, uso de documento falso, lavagem de dinheiro
e organização criminosa

A operação recebeu o nome Capgras em referência à síndrome psiquiátrica na qual o indivíduo acredita que pessoas próximas foram substituídas por impostores, uma alusão ao uso de falsos herdeiros para assumir pensões.

Fonte: Metropole

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