A Polícia Civil prendeu duas mulheres suspeitas da morte de Miguel Inácio Santos Filho, de 49 anos, no bairro Costa Dourada, na Serra, na Grande Vitória, em junho.
As presas são Bruna Hoffman, de 26 anos, e a mãe dela, Lucineia Pereira da Silva, de 50.
O delegado Daniel Fortes, responsável pela investigação, disse que a vítima teria agendado um programa com Bruna Hoffman, eles tinham combinado um valor e após o programa houve um desacordo entre eles.
De acordo com a polícia, Miguel pagou o valor a mais cobrado pela mulher, mas depois que ele e Bruna saíram da casa, ele retornou para tirar satisfações. A vítima arremessou uma pedra na janela e começou a discutir, mas quem estava em casa era a mãe de Bruna.
Segundo as investigações, Bruna chegou e inventou que o homem era estuprador, o que enfureceu a população da região.
“Quando Bruna retorna ele toma distância considerada. Ela pega uma madeira e vai em direção à vítima. Ele corre para fugir da Bruna e da mãe que estava com ela. Ela resolve gritar que ele era estuprador e teria mexido com duas crianças na região”, contou o delegado.
O delegado disse que, inflamados com o que ouviram, moradores seguraram a vítima e a espancaram até a morte, juntamente com Bruna e Lucinéia. A mãe usou uma enxada e Bruna um pedaço de madeira. Outras pessoas deram pedradas em Miguel.
“A vítima era trabalhador, inocente. Não tinha praticado nenhum estupro. A Bruna deixa bem claro em depoimento que só fez isso para que a população segurasse a vítima que ela não alcançaria. É mais um inocente que é morto por uma notícia falsa. A população não pode fazer justiça com as próprias mãos. Isso fica a cargo do estado por intermédio das polícias. Não se deixem levar pelo que é falado para fazer justiça”, alertou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, Miguel era morador de Bairro das Laranjeiras. O delegado reforçou que Miguel não era estuprador.
“Foi um desacordo comercial com a senhorita Bruna e esse desacordo levou a essa fala criminosa dela”, disse.
As prisões das mulheres ocorreram no dia 22 de setembro, na região da Grande Jacaraípe. Ambas foram denunciadas pelo Ministério Público e já são rés no processo. A reportagem busca contato com as defesas das presas.
A investigação continua e a polícia tenta agora identificar as outras pessoas que participaram do linchamento.
(Fonte G1)
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