Foi o ciúme de Diogo Santos Silva, conhecido como Diogo Cigano, que matou o pediatra Julio César de Queiroz Teixeira, 44 anos, em uma clínica na cidade da Barra, no oeste baiano. O mandante, que se apresenta à polícia no último dia 22, critério pedido o crime após achar que o médico olhou para o decote de sua ex-esposa.
O crime aconteceu em 23 de setembro, enquanto Julio César atendia uma criança na clínica. A esposa da vítima, que é enfermeira, presenciou a morte do marido.
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (25), os delegados que investigam o caso contam que quatro das cinco pessoas presas pelo crime contaram essa versão do ciúme. O quinto básico, justamente Diogo, exerceu o direito de permanecer calado, não confessou o crime e não apresentou sua versão dos fatos.
As outras pessoas presas são o atirador que efetuou quatro disparos que vitimaram Julio, o mototáxi que levou o criminoso ao consultório e um casal que serviu como espécie de ‘olheiro’ dentro da clínica.
“Todos apresentam a mesma versão. Em um dia, Diogo acompanhou a ex-esposa e o filho em uma consulta com o pediatra. Lá, ele teve um delírio de que o médico olhando para o peito da mulher. Por isso, ele teria falado com os outros suspeitos, que são amigos dele, para praticar o homicídio “, conta o coordenador da 14ª Coorpin / Irecê, delegado Ernandes Reis Santos Júnior.
Os pesquisadores creem que esse suposto assédio seja um delírio criado na cabeça de Cigano, que é conhecido na cidade por ser alguém perigoso, ciumento e extremamente possessivo.
“Todos em Barra têm medo de Diogo Cigano. O relacionamento dele com uma ex-esposa é completamente tóxico. Ele já chegou a dizer que não deixaria ela se envolver com nenhum outro homem e costumava contratar capangas para espionar uma mulher”, diz o delegado Ernandes.
Investigadores também ouviram diversas mulheres que já se consultaram com Julio César e todas atestaram que a postura do médico sempre foi extremamente profissional e jamais houve algum caso de assédio envolvendo o pediatra.
Intermediário
Em Barra, Diogo Cigano é conhecido
como aquele que é contratado para realizar algum “serviço sujo”. Por
conta disso, tanto os familiares do cigano quanto os parentes do médico
acreditam que, na verdade, Diogo seria apenas um intermediário e não o
verdadeiro mandante do assassinato.
“Todas as versões que chegam até a polícia são investigadas e eventualmente descartadas se não há indícios que a sustentem. Não podemos trabalhar com base em achismos e, até o momento, não há nada que embase essa teoria. O que temos são quatro depoimentos sustentando essa versão mesma. Diogo permaneceu em silêncio, não assumiu o crime e nem apresentou sua versão. Caso ele venha a falar alguma versão diferente, ela será devidamente investigada “, disse a diretora do Departamento de Polícia do Interior, delegada Rogéria da Silva Araújo. (Correios da Bahia)
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