Depois de
mais uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF) que provocou desconforto
no governo, o presidente Jair Bolsonaro convocou ministros para uma
reunião na tarde desta quarta-feira no Palácio do Planalto. Um dos
objetivos é discutir uma estratégia de reação à operação determinada
pela Corte que atingiu deputados aliados, empresários e blogueiros
bolsonaristas, todos suspeitos de integrar uma rede de disseminação de
notícias falsas.
A
operação da Polícia Federal (PF) foi determinada pelo ministro
Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. A investigação
foi aberta no ano passado e busca desvendar financiadores e operadores
do esquema.
O
encontro não estava previsto na agenda oficial do presidente, e a lista
de participantes ainda não foi divulgada. Ministros da área jurídica do
governo, como André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e José Levi
(Advocacia-Geral da União), foram chamados ao Palácio do Planalto.
Ministros da ala militar, como Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Luiz
Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), também estão entre os
participantes.
No
Twitter, o vice-presidente Hamilton Mourão ironizou a investigação
comandada pelo STF: “Compete ao MP a ação penal pública, além de
assegurar diligências investigatórias e instauração de inquérito
policial (acusar, investigar e denunciar). E aos demais Poderes zelar
pela transferência e publicidade dos atos do Poder Público. É isso que
está acontecendo no Brasil?”, escreveu.
O
inquérito foi aberto de ofício, em uma decisão do presidente da Corte,
ministro Dias Toffoli. Na ocasião, a Procuradoria-Geral da República
(PGR), que tem a atribuição de pedir ao STF que sejam abertas
investigações, se manifestou contra o inquérito.
Depois
da reunião, Bolsonaro seguiu para o Palácio da Alvorada com o ministro
da Justiça. Na chegada, o presidente disse que ele e Mendonça iriam
trabalhar até meia-noite para “resolver alguns problemas”. O presidente
disse às pessoas que o aguardavam que sabiam o que elas estavam
“sentindo”. (Do O Globo)
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