Daniel Santos, de 36 anos, era empresário e piloto de motocross. — Foto: Arquivo pessoal |
O piloto de motocross Daniel Santos, de 36 anos, participava pela primeira vez da competição em que foi encontrado morto após desaparecer no interior do Ceará. Conforme o diretor-geral do Rally Cerapió, Ehrlich Cordão, a vítima errou o caminho e estava a 2 quilômetros do percurso oficial.
“Ele errou o caminho e desceu cerca de dois quilômetros, em uma trilha muito fechada, e quando chegou lá embaixo não tinha mais como subir. Quando ele tentou voltar, eu acho que ele já estava cansado. Ele ficou deitado no chão de bruços e na moto dele em pé estava o capacete e o colete, ou seja, deu tempo ele tirar tudo isso”, afirma o criador do rally.
O corpo de Daniel foi encaminhado para a sede da Perícia Forense (Pefoce) da cidade de Sobral, onde passará por exames nesta sexta-feira (28) para tentar identificar a causa da morte. As autoridades aguardam a chegada da família, de Espírito Santo, ao local.
Para Ehrlich, o erro da trilha ocasionou um processo de exaustão muito grande em Daniel, além de dificultar que ele fosse encontrado pelas pessoas da organização que fazem varreduras nas trilhas acompanhando os pilotos.
Ainda conforme o diretor do rally, o piloto também não estava usando o aplicativo que registra a localização e é disponibilizado para os participantes.
“De 220 pilotos que se inscreveram de moto apenas 22 ou 23 tinham entrado nesse aplicativo. Ele mesmo não entrou nesse aplicativo, tinha outro piloto Daniel, que a gente pensava que era ele e quando fui procurar não era ele. Se ele tivesse usando o aplicativo de localização teria ajudado a encontrá-lo”, disse o diretor.
O rally que Daniel participava aconteceria entre Parnaíba, no litoral do Piauí, e o Maranhão. Desde o sumiço do piloto, a última etapa do evento foi cancelada. Nesta sexta-feira (28) a competição foi encerrada pela organização. Não vai haver a quarta etapa que seria hoje em Barreirinhas, no Maranhão.
Ehrlich Cordão afirma que a organização preza pela segurança dos competidores, com a exigência de atestado médico para participação na prova, além disso, dois paramédicos percorrem as trilhas, para atender os pilotos que necessitarem de cuidados.
“A gente tem dois carros ‘vassoura’ na trilha, levando todos os equipamentos com paramédico e temos as motos que vão andando pelo percusso. Aonde o carro não consegue entrar em veredas ele fica esperando no final da trilha e espera o feedback dos caras que estão de moto para dizer se eles podem seguir ou têm que salvar alguém que ficou para trás”, explica.
Daniel será homenageado em um dos capítulos do livro sobre a 35ª edição do Rally Cerapió. Para a modalidade motos, o Rally Cerapió é uma competição de enduro de regularidade, na qual o piloto realiza um trajeto de um ponto a outro, em um percurso previamente levantado pela organização e informado ao competidor através de uma planilha.
Geralmente, esse tipo de prova tem duração entre seis e dez horas. Ao terminar a etapa, o participante entrega seu GPS para a apuração. É por meio desse sistema que é verificado o percurso feito pelo piloto e definido o vencedor, de acordo com a regularidade estabelecida pela planilha.
Além de piloto, Daniel era empresário, proprietário de uma loja de equipamentos de motocross . Apesar de ser a primeira vez que participava deste rally, ele já havia competido em outros eventos de motocross no Espírito Santos, onde morava.
Piloto de motocross Daniel Santos, 36 anos, da cidade de Nova Venecia (ES) desapareceu durante Rally Cerapió — Foto: Divulgação/ Cerapió
Equipes de resgate realizaram buscas nas regiões dos municípios de Viçosa, Buira, Juá dos Vieiras, Padre Vieira, Cocal, Brejinho, entre os estados do Ceará e do Piauí.
A operação contou com a presença de agentes das forças de segurança do Ceará e do Piauí, além de moradores que conheciam a região.
Por g1 CE
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