"Um governante assumir a sua negritude é um belo
sinal que ele pode fazer para a sociedade”. Apesar da frase dita pelo
deputado federal Vicentinho (PT), neste ano eleito o primeiro negro
líder da bancada de um partido na Câmara na história -, dos 26 Estados
do Brasil e o Distrito Federal que comemoram o dia da Consciência Negra
nesta quinta-feira, em nenhum deles a população verá um governador negro
discursar sobre a importância da data. Na eleição deste ano, não houve
um eleito para comandar algum dos Estados que se declarou “preto” -
classificação usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE) - ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas seis
se disseram “pardos”. “As campanhas estão cada vez mais caras e os
partidos buscam candidatos que conseguem angariar recursos. Os negros,
em geral, estão nas camadas mais pobres e não têm esse poder”, diz o
professor da ECA/USP e coordenador do coletivo de ativistas anti-raciais
Quilombação, Dennis de Oliveira, para quem o fim do financiamento das
campanhas por empresas contribuiria para o equilíbrio dessa balança.
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