Edson Oliveira, trabalhador rural de 26 anos,
perdeu a parte superior de um dos dedos da mão esquerda quando operava
uma máquina desfibradora de sisal. O acidente ocorreu em 31 de dezembro
de 2013, dia de festa de réveillon para milhões de brasileiros e de
trabalho pesado nas roças do município de Conceição do Coité, a cerca de
210 quilômetros de Salvador. Psicologicamente, o desastre deixou
traumas. "Não gosto nem de lembrar. Quando me dei conta, já não tinha
nada a fazer. É triste", lamenta. Apesar da trágica
lembrança, nada mudou na vida profissional do jovem cevador. Quase um
ano após o acidente, o trabalho de risco persiste diante de um
equipamento que já mutilou mais de 2.000 produtores de toda região
sisaleira, que é composta por mais de 30 municípios. "Eu tenho medo que
ocorra de novo, mas não tenho outro meio de sobreviver", explica o
motivo de ainda se arriscar meio à vegetação seca do semiárido
baiano. As vítimas do motor do sisal estão espalhadas pelas comunidades
de Conceição do Coité. Morador do “Assentamento Nova Palmares”, a 12
quilômetros do centro do município, o próprio Edson Oliveira relata que
não foi o primeiro da família a ter sido vítima do equipamento. "Eu
tenho um tio que cortou até aqui", disse apontando para o antebraço. Em
caso próprio e sobre o parente, o cevador comenta que os acidentes
ocorreram durante descuidos de segundos. "Eu vacilei. Num momento de
distração, a minha mão desceu. O trabalho exige muita atenção", explica o
produtor que desfibra sisal há 10 anos.
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