O cantor Cauby Peixoto morreu na noite deste domingo, aos 85
anos. Ele estava internado no hospital Sancta Maggiori, no bairro do
Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, desde 9 de maio, por causa de uma
pneumonia.
Caubi
Peixoto Barros nasceu em Niterói (RJ), em 10 de fevereiro de 1931, em
uma família de músicos notáveis: filho do violonista Cadete, sobrinho do
famoso Nonô (Romualdo Peixoto), grande pianista que popularizou o samba
no instrumento, e primo do cantor e compositor Ciro Monteiro. Seus
irmãos também se destacaram na área artística: Moacyr Peixoto como
pianista, Arakén Peixoto como trompetista e Andyara como cantora.
Sua carreira teve início em programas de calouros. Em 1957, tornou-se o primeiro cantor brasileiro a gravar rock: a faixa Rock'n'Roll em Copacabana,
em 1957. Na mesma década, logo após gravar seu primeiro disco, trocou o
Rio por São Paulo para ser o crooner das boates Oásis e Arpége.
Voltaria ao Rio para integrar o elenco da Rádio Nacional.
Cauby
logo se destacaria pela voz poderosa que dava brilho a standards da
música americana. A identificação de Cauby com Sinatra, Bing Crosby e
outros intérpretes do "american songbook", o repertório dos standards
americanos, o levaria a tentar a sorte nos EUA. Lá, com o pseudônimo de
Ron Coby, se apresentou em nightclubs e chegou a gravar com o maestro
Percy Faith. Participou do filme Jamboree, nos EUA, cantando Toreador.
Insistiu na conquista da América naquela década, chegando a fazer
temporadas de mais de um ano, e chegou a ser chamado pela imprensa de
"Elvis Presley brasileiro", mas o sonho de uma carreira internacional
não se concretizou.
Em
compensação, no Brasil, emplacava sucesso após sucesso, participava de
filmes, cantava na noite, nos principais programas de rádio e televisão,
aderia (à sua maneira) aos estilos que iam surgindo e formava a
extraordinária bagagem que o transformou, com quase 70 anos de carreira,
em um dos artistas de maior longevidade na música popular.
Sempre
teve admirável versatilidade: fez duetos com Chico Buarque, Dona Ivone
Lara, Luiz Carlos da Vila, Martinho da Vila, Nelson Sargento, Paulinho
da Viola, Zeca Pagodinho e Carlinhos Brown.
Sobreviveu
à bossa nova, à Jovem Guarda e outros gêneros que vieram, e até se
adaptou a eles, mas sempre mantendo-se como um monolito artístico, um
santuário musical. Em 2009, gravou um disco só com sucessos de Roberto
Carlos, de quem foi grande amigo - havia então 16 anos que Roberto não
autorizava um artista a gravar um disco só com músicas suas.
Com
a saúde debilitada, foi internado várias vezes nos últimos anos. Em
2000, ganhou seis pontes de safena - e, em um mês, estava cantando de
novo. Em 2015, passou semanas internado por causa de diabete. (Com
informações do Estadão/Veja).
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