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Foto: Agência Senado |
A tuberculose atinge cerca de 70 mil pessoas por ano no Brasil, de
acordo com os últimos dados disponíveis do Ministério da Saúde.
Considerada uma doença ligada à pobreza, ela atinge bem mais populações
com baixa renda e pouca qualidade de vida. Tanto que o entendimento de
pesquisadores é que medidas simples de combate à pobreza e melhoria de
condições de vida podem ter efeitos muito positivos no tratamento e na
cura da doença. No mês passado, um estudo de epidemiologistas
brasileiros com apoio da OMS (Organização Mundial de Saúde), publicado
na prestigiada revista científica Lancet, corroborou essa tese. A
pesquisa indicou um aumento em 7,8% na taxa de cura de tuberculose entre
pessoas que recebem o benefício Bolsa Família em comparação pessoas com
as mesmas características demográficas e socioeconômicas que não são
beneficiadas pelo programa de assistência. "Isso é muita coisa em termos
de tratamento. Para se ter uma ideia, para um novo medicamento lançado
no mercado atingir 5% de diferença em relação ao tratamento existente é
uma dificuldade enorme", explica a epidemiologista Ethel Maciel,
pesquisadora da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) e
coordenadora do estudo.
Pacientes em extrema pobrezaA
UFES e a UFBA (Universidade Federal da Bahia) estudam há anos como
programas sociais afetam indicadores de saúde. Em 2012 isso chamou a
atenção da OMS, que tem uma atenção especial voltada para doenças como
tuberculose. "Eles ofereceram consultoria para criarmos um grande
programa, um estudo de caso para o mundo", explica Maciel, cujo grupo
optou por estudar o Bolsa Família, que condiciona a ajuda econômica a
ações concretas das famílias carentes nas áreas de saúde (vacinação) e
educação. (G1)
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