O secretário especial Salim Mattar / Foto: FIESP/Divulgação |
A gestão de Bolsonaro já havia anunciado que as três estatais estão fora do radar das privatizações. Mesmo assim, elas deverão ter o tamanho reduzido. “Eu tenho um panorama geral. As estatais brasileiras, Petrobras, Banco do Brasil e Caixa, deverão ao longo desses quatro anos se desfazer dos seus ativos e ficar um pouco mais magras e mais enxutas”, disse.
Ainda segundo Mattar, o BNDESPar, braço de participações do BNDES, deverá ter todas as suas fatias em empresas vendidas e, enfim, ser fechado nos próximos quatro anos do governo Bolsonaro.
Segundo ele, o papel do BNDES será financiar infraestrutura e o médio empresário brasileiro que tem dificuldade de buscar recursos. Mattar aproveitou para dizer que a instituição foi “assaltada nos últimos anos”, em referência aos governos petistas.
Ele evitou mencionar um cronograma das privatizações, mas disse que a intenção é agilizar processos de privatização de 150 dias para 120 dias.
O secretário afirmou também que pretende superar a meta de arrecadação com privatizações fixada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. No Fórum Econômico Mundial, Guedes disse que o governo espera conseguir US$ 20 bilhões em 2019, e que até o fim do mandato de Bolsonaro, a Petrobras deverá ter vendido quase todas as suas subsidiárias.
“Nosso objetivo é superar isso entre 25% e 50% desse valor ainda em 2019. Vamos surpreender o ministro na área das privatizações.”
Das subsidiárias da Petrobras que se pretende vender, o secretário também não entrou em detalhes. Para ele, a presidência da Petrobras tem mais detalhes e que seu papel é de acompanhamento. “Ela deverá começar a vender participações ou vender o total de muitas de suas subsidiárias. A tendência é que até final deste governo a Petrobras tenha vendido praticamente todas as suas subsidiárias. O meu sonho nesses quatro anos é tentar influenciar as pessoas dentro do governo”, disse.
Ele afirmou ter pedido um levantamento sobre todos os países que possuem estatais de petróleo e avaliar suas rendas per capita para fazer uma comparação com países que não possuem estatais de petróleo.
Mattar quer mostrar que a relação é negativa. “Temos que mostrar efetivamente que esse ufanismo custa caro. Precisamos nos desvencilhar dessas coisas. O estado não tem que ser produtor de petróleo. Ele tem que ser gestor do dinheiro que pertence ao cidadão pagador de impostos”, afirmou.
Ele considera ainda exagerada a quantidade de empresas no ramo de seguros e avalia que não faz sentido o estado concorrer com seguradoras. “Nosso estado tem que ter melhores escolas e creches para os mais necessitados e segurança para sair na rua e caminhar a pé, quartos disponíveis em hospitais”, disse.
“A dívida nossa agora atingiu R$ 3,8 trilhões. Nós temos de estatais aproximadamente R$ 800 bilhões. De imóveis, nós temos R$ 1 trilhão, mas não dá para vender R$ 1 trilhão de imóveis. Talvez venda R$ 100 bilhões. O fato é que nós temos que reduzir a dívida e na hora que nós reduzimos a dívida sobra mais dinheiro para investir em hospitais e escolas”, disse.
(Informações da Folhapress / Salim MattarFoto: FIESP/Divulgação)
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