Com a perspectiva de uma reforma da Previdência Social, uma das
prioridades do governo do presidente Michel Temer, alguns trabalhadores
estão inseguros e buscando informações em postos do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS). Para especialistas consultados pela Agência
Brasil, no entanto, a pressa em se aposentar não é a melhor saída e pode
até causar prejuízos. Especialista em Finanças Públicas, o professor
José Matias-Pereira, do departamento de Administração da Universidade de
Brasília, afirma que os trabalhadores estão certos ao buscar
informações sobre as condições das suas aposentadorias no momento em que
uma reforma previdenciária é discutida. Mas ele alerta para os riscos
de uma decisão irrefletida.“As pessoas próximas de atingir a época de se
aposentar têm de ir ao INSS buscar informações. Isso é uma coisa
recomendável, pois, se a reforma acontecer e a pessoa não estiver
preparada, pode ser que venha a ficar muito mais tempo na ativa. Agora,
as pessoas precisam se conduzir de uma maneira equilibrada, sem
açodamento”, aconselha.Ele destaca, por exemplo, que os trabalhadores
que não atingiram as regras da fórmula 85/95, – que permite escapar do
fator previdenciário e receber aposentadoria integral – saem no prejuízo
ao apressar a saída da ativa. Matias-Pereira lembra que o governo não
enviou a proposta de reforma ao Congresso Nacional e que as discussões
dos parlamentares devem ser longas.“É um processo lento, que imagino que
vai atravessar o ano que vem. Se tudo correr bem e o governo tiver boa
capacidade de conduzir esta questão, só vamos definir isso no segundo
semestre de 2017”, estima. (Agência Brasil)
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