O Brasil tem que dar um salto de qualidade na
área da educação, iniciando em pequenas cidades, para não correr o risco
de caminhar para uma desagregação por fatores que vão desde a falta de
utopia na juventude até a ausência de partidos com propostas no país,
disse hoje (19) o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), membro da Comissão
de Educação, Cultura e Esporte do Senado.O senador fez uma palestra
especial no seminário Vinte Anos da Nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, promovido pela Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. O
senador foi reitor da Universidade de Brasília (UnB) e ministro da
Educação entre 2003 e 2004, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.Para Cristovam, embora tenha leis relativas à
educação, “algo não está funcionando bem e isso ameaça o projeto de
futuro do Brasil”. Ele disse que o país precisa de professores bem
preparados, escolhidos entre os melhores quadros da juventude, com
dedicação exclusiva, sendo avaliados periodicamente, segundo critérios
estabelecidos. O professor tem que falar a linguagem dos jovens, que é a
das tecnologias modernas e a escola, por sua vez, tem que ser em
horário integral, incluindo ensino de idiomas, “para poder ensinar tudo”
e tirar as crianças e jovens da rua e da frente da televisão.Segundo o
senador, isso custaria em torno de R$ 15 mil por aluno/ano (o gasto
mínimo anual por aluno da educação básica pública em 2015 foi R$
2.545,31), o que daria para pagar R$ 15 mil por mês para um professor
com turma de 30 alunos. Para ele, não há como melhorar o sistema atual, a
não ser criando um novo sistema que multiplique pelo país escolas com
essas características. Cristóvam acredita que o novo sistema possa ser
atingido no prazo de 20 a 25 anos. “É possível dar um salto de qualidade
já por algumas cidades. E, aos poucos, no Brasil inteiro”, disse.
(Agência Brasil)
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