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Família passa 30 dias embaixo de ponte em Jacobina e consegue voltar para Várzea Nova

Após sermos informados sobre uma família que estava morando embaixo da ponte do Bairro Nazaré em Jacobina, fomos até o local e conversamos com os transeuntes.

Girleno Almeida da Silva, sua esposa Cirlene Moreira da Silva, grávida de cinco meses e o primo Jean Carlos Sampaio de Souza, há 30 dias moravam embaixo da ponte e segundo eles, estavam vindo da cidade de Juazeiro para Várzea Nova e por não conseguir passagem para continuar viagem, resolveram se abrigar no local dividindo espaço com cobras, muriçocas e Abelhas do tipo Inxú.

Segundo Jean Carlos, conhecido por Júnior, eles estiveram na Secretaria de Ação Social em busca de auxílio e uma funcionária havia informado que não poderiam financiar passagens pois eles não portavam documentos. Fizemos uma intervenção ao vivo pela Rádio Jaraguar AM no horário de meio dia e pedimos auxílio aos ouvintes para arrecadarmos o valor necessário para a passagem dos três e junto com João Batista e Maurício Dias a quantia de R$ 65,00 reais foi juntada.

Em seguida, representantes da Secretaria de Ação Social foram até a citada ponte e recolheram os entrevistados e os levaram até a sede do setor onde os auxiliaram com as passagens, banho e comida. Nossa equipe usou o valor arrecadado para a compra de uma cesta básica que foi dada aos viajantes que seguiram viagem para a cidade Natal.

Em entrevista com uma das funcionárias, ela nos informou que a Secretaria não pode oferecer esse tipo de serviço uma vez que os moradores de rua não dispunham de documentação necessária para se emitir antecedentes criminais e conseqüentemente as passagens, e, ainda orientou que qualquer morador de rua que chegue à nossa cidade deve sim primeiro os procurar, pois se forem direto para debaixo da ponte e estiverem com crianças que a primeira ação será tirar as crianças do poder dos pais e deixar à disposição do Conselho Tutelar.

O que deixa nossa equipe intrigada é o fato de essa família passar 30 dias embaixo de uma ponte tão movimentada, inclusive ao lado de obras como a construção do cais de proteção da João Fraga Brandão e demorar tanto tempo para uma providência ser tomada. Se não agíssemos em prol deles, quanto tempo mais essa senhora gestante teria que passar em meio a essa situação para que chegasse alguém disposto a ajudar sem ser preciso a imprensa noticiar?
A Secretaria de Ação Social de Várzea Nova foi informada do caso e se prontificou a esperá-los no desembarque para os auxiliar no que for preciso. (Diário da Chapada)


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