A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), já avisou que as
reformas propostas pelo governo de Michel Temer serão “abordadas
criticamente em missas e nas comunidades” católicas. Porém,
começou a circular pela internet a cópia de uma oração inusitada.
“Senhor, vede o sofrimento do povo brasileiro, golpeado e traído pelo
governo Temer e pela maioria dos deputados e senadores que retiram
direitos constitucionais adquiridos, pedimos”, diz o texto impresso no
panfleto distribuído na paróquia é a Nossa Senhora do Carmo, em
Itaquera, zona leste de São Paulo. O padre Paulo
Sérgio Bezerra, responsável pela igreja é adepto confesso da Teologia da
Libertação, movimento Católico de raízes marxistas. Um dos trechos da
“Oração dos fiéis” recitada na missa por todos os presentes, critica os
líderes da nação.
Ele explicou ao UOL que sua própria igreja, “sempre teve essa linha mais crítica”. “A
gente acaba trazendo o contexto atual para o contexto litúrgico, o que
não fere as regras da própria Igreja sobre liturgia –de que as preces se
originem no bafejo das sagradas escrituras, mas contextualizadas.
Quando se faz isso, se pegam os fatos da vida, o momento litúrgico e se
indica uma contextualização –o que há de mais atual, hoje, do que essa
crise institucional e essas reformas que afetam os trabalhadores?”,
questiona. Num exercício teológico, defende: “Se
não trazemos essas situações para a liturgia, para que servem as orações
dos cristãos?”. O líder religioso acredita que é “missão da Igreja e
dos padres despertar a consciência crítica do povo”. Afirmando
não “se meter em política partidária”, explica que as orações não são
ideia sua, mas “elaboradas pela coordenação pastoral, que envolve
leigos”. O padre Bezerra, que lidera a igreja há
35 anos, garante ter o aval do bispo Manuel Parrado Carral, da Diocese
de São Miguel Paulista, para as mensagens de teor político. A
imagem do folheto, distribuído na igreja dia 19 de março, se
popularizou nas redes sociais esta semana. Em outros trechos, há uma
convocação aos movimentos sociais de esquerda, contra as reformas da
Previdência e trabalhista. O final do texto traz as palavras de ordem
“Fora Temer!” e “Diretas Já!”.
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