O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta terça-feira,
25, a reforma da Previdência em entrevista a Rádio Cidade do Rio Grande
do Norte e comparou o projeto a uma bomba atômica. "Reforma pressupõe
uma coisa boa. Quando você diz que vai reformar sua casa, seu carro, é
para melhorar. Mas o que está sendo feito não é uma reforma; eles estão
destruindo o que já tem. Isso tá mais para bomba de Hiroshima do que
para reforma", afirmou. Para Lula, reformar a Previdência é necessário,
visando principalmente gerações futuras. Mas, segundo ele, para isso,
seria necessário fazer um amplo debate com a sociedade brasileira, o
movimento sindical e os principais atingidos, no caso os aposentados e
os trabalhadores "da ativa". De acordo com o petista, a livre-negociação
entre empresários e trabalhadores pode até ser considerada, mas é
importante ter uma regulação que proteja o trabalhador, já que no Brasil
há poucos sindicatos capazes de negociar em igualdade com os
empregadores. Na opinião de Lula, nos termos dessa reforma, "nós vamos
colocar o fraco diante do forte, sendo que o forte tem toda a capacidade
de pressão". Sobre a Lava Jato, o ex-presidente se diz tranquilo,
apesar de achar que sofre uma "perseguição" há pelo menos três anos.
"Quero ver acharem 50 centavos meus em alguma conta por aí", protestou. A
respeito da possível delação do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil
Antônio Palocci, Lula afirma que não está preocupado e que só Palocci
sabe se cometeu algum erro, algum delito. "Se ele vai fazer delação ou
não, é uma decisão dele", afirmou o presidente.
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